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LEITE DERRAMADO
Banco do Brasil pode liberar recursos para compra de ativos do grupo no país; Gianni Grisendi consegue liminar
BB pode financiar investidor na Parmalat
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil, maior credor
da Parmalat Alimentos, e a companhia discutiram ontem a possibilidade de o banco liberar recursos para investidores interessados
em comprar ativos do grupo no
Brasil. É um primeiro sinal, ainda
fraco, porém, de que pode ocorrer
acordo entre as partes.
O BB destacou à Parmalat que
pode financiar empresas interessadas em comprar a parcela que a
empresa tem na Batávia, apurou a
Folha. Na avaliação de Keyler
Carvalho Rocha, atual interventor
e com funções de presidente na
empresa, essa saída pode ser melhor do que a hipótese de arrendamento de fábricas para terceiros.
"Se arrendarmos algo, o dinheiro só entra a conta-gotas. Precisamos de recursos agora", disse ele.
Ainda existe a possibilidade de
o BB alongar o prazo para pagamento de dívidas do grupo com a
instituição. Porém, essa hipótese
não foi confirmada pela empresa.
Essas questões foram debatidas
em reunião realizada ontem, no
Fórum Central de São Paulo, que
contou com a participação dos interventores, de representantes do
BB, de advogados de ambas as
partes e do juiz da 42ª Vara Cível,
Carlos Henrique Abrão. O juiz determinou, na semana passada, intervenção judicial no grupo e destituição imediata da diretoria.
Ainda ontem, o banco Sumitomo, outro credor, encaminhou
uma declaração à 42ª Vara Cível
da Justiça de São Paulo esclarecendo que não tem "qualquer direito de ingerência na administração" da Parmalat. O banco ainda
vai encaminhar a Enrico Biondi,
interventor da empresa na Itália,
uma carta esclarecendo a questão.
Um mandado de segurança,
com pedido de liminar, encaminhado por advogados de Gianni
Grisendi, ex-presidente da companhia por 11 anos, solicitou suspensão do pedido de quebra dos
sigilos bancário, fiscal e eletrônico
do executivo. A liminar foi concedida pelo 1º TAC/SP (Tribunal de
Alçada Cível), mas é provisória.
Em Brasília, a criação da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) da Parmalat ficou para o
início de março. Segundo a assessoria da presidência do Senado,
José Sarney (PMDB-AP) somente
dará continuidade ao processo de
instalação da comissão quando
todo o Congresso estiver reunido,
o que deve acontecer depois do
recesso branco da semana do Carnaval. Anteontem, Sarney recebeu da Comissão da Parmalat da
Câmara dos Deputados o requerimento da abertura de CPI mista.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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