São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Gabrielli nega falha em transporte; para PF, espionagem é hipótese mais razoável

DA ENVIADA ESPECIAL A VITÓRIA
DA SUCURSAL DO RIO

Após receber ordem de Luiz Inácio Lula da Silva para falar aos jornalistas, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que não houve falha de transporte no caso do furto de computadores da estatal com informações sobre recentes descobertas de petróleo.
De acordo com Gabrielli, que acompanhou o presidente Lula numa visita ao gasoduto Cabiúnas-Vitória, o que houve foi um procedimento usual de retirada de equipamentos de sondas. "Essa retirada de equipamento de sonda não é transporte de dados, o transporte de dados é feito on-line. Não tem nada a ver com o transporte físico de dados. Foi um procedimento absolutamente normal."
Gabrielli evitou se prolongar nas respostas e chegou a afirmar que não falaria com a imprensa. Conversou com os repórteres só depois que Lula afirmou: "Vá lá falar com eles". Na entrevista, o dirigente da Petrobras disse que não daria detalhes sobre os procedimentos da companhia porque isso "prejudica a investigação com especulações indevidas".

Espionagem
Ontem o superintendente da Polícia Federal no Rio, Valdinho Jacinto Caetano, classificou como "bastante falho" o esquema de segurança da Petrobras utilizado no transporte das informações sigilosas.
O delegado disse acreditar que se trata de crime de espionagem industrial e descartou inicialmente a hipótese de furto comum. "Não há como negar: o sistema de segurança [para o transporte] desse material era bastante falho. Não havia forma de controle específico. Não havia anteparos suficientes, e muita gente tinha acesso a esse tipo de informação."
Para ele, o sistema montado era suficiente apenas para o deslocamento de um escritório (transferido de uma sonda da bacia de Santos para Macaé), mas não de equipamentos com informações "privilegiadas" que pudessem despertar o interesse de criminosos.
"Para um escritório simplesmente, a segurança estava adequada, mas, quando se coloca aí uma informação privilegiada, essa forma de segurança se torna inadequada. Nesse ponto, é que houve a falha."
Para Jacinto Caetano, a hipótese de crime comum está descartada inicialmente, pois o furto envolveu dois discos rígidos que foram extraídos dos computadores -cujo valor comercial é muito maior.
"Num caso de roubo comum, leva-se o computador inteiro, e não o HD [disco rígido]."


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