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Fundos devem elevar reservas a partir de março
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os superávits bilionários registrados pelos fundos de pensão poderão deixar de ir para o
bolso dos participantes dessas
entidades.
No próximo mês, o CGPC
(Conselho de Gestão da Previdência Complementar) deverá
recomendar aos fundos que
usem o excedente de sua rentabilidade para se precaverem
contra instabilidades financeiras futuras.
Empossado ontem, o novo
secretário de Previdência Complementar, Ricardo Pena, afirmou que é preciso usar o período de "bonança" por que passam as entidades para "preparar um colchão" para eventuais
problemas no futuro.
Nos últimos anos, os fundos
de pensão registraram elevados
superávits. Parte das entidades
direcionou esses recursos ao
aumento do valor dos benefícios dos participantes ou reduziu o percentual de contribuição dos trabalhadores para sua
aposentadoria complementar.
Dados preliminares indicam
que a Previ -fundo de pensão
dos funcionários do Banco do
Brasil e o maior do país- deverá contabilizar um superávit de
R$ 20 bilhões em 2007.
De acordo com o secretário,
os fundos devem adotar medidas de prudência e criar uma
"reserva especial para ajustes".
Isso inclui a revisão de suas
tábuas de mortalidade (usadas
para calcular o tempo de sobrevida dos aposentados), adequar
suas taxas de rentabilidade devido à queda dos juros, além de
melhorar as estimativas em
seus balanços para o impacto
de disputas judiciais.
Além disso, acrescenta Pena,
devem criar uma reserva financeira que cubra oscilações de
risco, como aplicações em Bolsas de Valores.
"É normal que o dirigente do
fundo queira fazer um gasto já,
aumentando o benefício do
participante. Mas, como todo
órgão fiscalizador, a secretaria
prefere que eles sejam mais
prudentes", declarou o ex-secretário de Previdência Complementar Leonardo Paixão,
que deixou o posto ontem.
Com os ajustes em suas contas, os superávits que os fundos
passassem a apurar, afirmam
Paixão e Pena, aí sim, passariam a beneficiar o participante. Por ora, acrescentam, as medidas de prudência seriam formalizadas em uma recomendação do CGPC, mas depois disso
seriam convertidas em uma resolução, com efeitos compulsórios.
(JS)
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