São Paulo, domingo, 20 de março de 2005

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TELEFONIA

Venda de produtos como ringtones e jogos dobra a cada ano; na Oi e na TIM, é o item que mais cresce no balanço

Cresce ganho de operadora de celular com serviços

PAULA LEITE
DA REDAÇÃO

Os serviços de telefonia celular não relacionados a chamadas de voz crescem rapidamente e ocupam cada vez mais espaço na receita total das operadoras. A estrela de vendas é o SMS, conhecido como torpedo, mas ringtones, jogos e chats também caíram no gosto dos consumidores.
Apesar de ainda gerarem uma parcela pequena da receita das operadoras, os VAS (serviços de valor agregado, na sigla em inglês), como são chamados, aumentam sua participação no faturamento das empresas.
Na operadora Vivo, por exemplo, os VAS geram 10% da receita líquida, segundo Luís Avelar, vice-presidente de marketing e inovação da empresa. Ele diz ainda que a participação desses serviços na receita vem dobrando a cada ano e isso deve se repetir neste ano também.
Na TIM, os VAS passaram a representar 4,25% da receita total com serviços de telecomunicações em 2004, ante 2,4% no ano anterior. O crescimento da receita com os serviços foi de 110%.
Já na operadora Oi eles geraram 5% da receita no ano passado, ante 3% em 2003. A expansão foi de 158%, e esses serviços foram o item do balanço que mais cresceu tanto na TIM quanto na Oi.
Avelar diz que os serviços que mais crescem são os downloads de ringtones, imagens e jogos, que têm expansão de 20% ao mês.
A migração rápida dos usuários para aparelhos mais modernos, muitas vezes subsidiados pelas operadoras, ajuda a aumentar as vendas dos serviços, diz Lucas Longo, diretor de negócios da Ringtones.com, parceira de conteúdo da Oi e da TIM.
Para Siamma Zarife, gerente de dados da Oi, os ringtones estão "explodindo". Os toques polifônicos já representam 10% das vendas de VAS, diz Zarife.
Agora, as operadoras começam a oferecer serviços de download e troca de fotos e vídeos, contando com a popularização dos aparelhos com câmera digital. "Estamos apostando muito nisso", diz Vincenzo di Giorgio, gerente de VAS da TIM.
Giorgio explica que a venda desse tipo de serviço traz dois tipos de receita para a operadora. "Há o gasto do cliente, a receita direta, mas há também um componente indireto, que é o consumidor escolher a operadora também pelos serviços que ela oferece."

Parceiras
A expansão da venda de serviços como ringtones e downloads não beneficia só as operadoras, mas é também responsável pela expansão de empresas que fazem o conteúdo oferecido aos clientes.
As operadoras têm parcerias com companhias que desenvolvem as músicas para celulares, jogos, chats e outros. Essas empresas ficam com parte do valor pago pelo usuário pelos serviços.
A PMovil tem parceria com todas as operadoras no Brasil e desenvolve ringtones, ícones, wallpapers, crazytones (toques engraçados para celular) e truetones (toque que é a música em si).
Além da venda de seus próprios produtos, a empresa também faz acordos com outras empresas que não têm parceria direta com as operadoras, segundo Fabian de la Rua, diretor-executivo da PMovil. A PMovil fica com uma parte da receita, que é dividida em três.
Um problema apontado pelas empresas de conteúdo é a cultura do consumidor, que muitas vezes não conhece os serviços disponíveis ou não sabe como usá-los.
A solução é as operadoras investirem em marketing para mudar essa situação, diz Renato Giraldi, diretor de novos negócios da Link, que faz conteúdo para a Claro e para a Vivo. "Mas tudo tem um prazo de conhecimento, como aconteceu com a internet. Não adianta querer empurrar as coisas para o consumidor", diz.


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