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TELEFONIA
Venda de produtos como ringtones e jogos dobra a cada ano; na Oi e na TIM, é o item que mais cresce no balanço
Cresce ganho de operadora de celular com serviços
PAULA LEITE
DA REDAÇÃO
Os serviços de telefonia celular
não relacionados a chamadas de
voz crescem rapidamente e ocupam cada vez mais espaço na receita total das operadoras. A estrela de vendas é o SMS, conhecido como torpedo, mas ringtones,
jogos e chats também caíram no
gosto dos consumidores.
Apesar de ainda gerarem uma
parcela pequena da receita das
operadoras, os VAS (serviços de
valor agregado, na sigla em inglês), como são chamados, aumentam sua participação no faturamento das empresas.
Na operadora Vivo, por exemplo, os VAS geram 10% da receita
líquida, segundo Luís Avelar, vice-presidente de marketing e inovação da empresa. Ele diz ainda
que a participação desses serviços
na receita vem dobrando a cada
ano e isso deve se repetir neste
ano também.
Na TIM, os VAS passaram a representar 4,25% da receita total
com serviços de telecomunicações em 2004, ante 2,4% no ano
anterior. O crescimento da receita
com os serviços foi de 110%.
Já na operadora Oi eles geraram
5% da receita no ano passado, ante 3% em 2003. A expansão foi de
158%, e esses serviços foram o
item do balanço que mais cresceu
tanto na TIM quanto na Oi.
Avelar diz que os serviços que
mais crescem são os downloads
de ringtones, imagens e jogos, que
têm expansão de 20% ao mês.
A migração rápida dos usuários
para aparelhos mais modernos,
muitas vezes subsidiados pelas
operadoras, ajuda a aumentar as
vendas dos serviços, diz Lucas
Longo, diretor de negócios da
Ringtones.com, parceira de conteúdo da Oi e da TIM.
Para Siamma Zarife, gerente de
dados da Oi, os ringtones estão
"explodindo". Os toques polifônicos já representam 10% das vendas de VAS, diz Zarife.
Agora, as operadoras começam
a oferecer serviços de download e
troca de fotos e vídeos, contando
com a popularização dos aparelhos com câmera digital. "Estamos apostando muito nisso", diz
Vincenzo di Giorgio, gerente de
VAS da TIM.
Giorgio explica que a venda desse tipo de serviço traz dois tipos
de receita para a operadora. "Há o
gasto do cliente, a receita direta,
mas há também um componente
indireto, que é o consumidor escolher a operadora também pelos
serviços que ela oferece."
Parceiras
A expansão da venda de serviços como ringtones e downloads
não beneficia só as operadoras,
mas é também responsável pela
expansão de empresas que fazem
o conteúdo oferecido aos clientes.
As operadoras têm parcerias
com companhias que desenvolvem as músicas para celulares, jogos, chats e outros. Essas empresas ficam com parte do valor pago
pelo usuário pelos serviços.
A PMovil tem parceria com todas as operadoras no Brasil e desenvolve ringtones, ícones, wallpapers, crazytones (toques engraçados para celular) e truetones
(toque que é a música em si).
Além da venda de seus próprios
produtos, a empresa também faz
acordos com outras empresas que
não têm parceria direta com as
operadoras, segundo Fabian de la
Rua, diretor-executivo da PMovil.
A PMovil fica com uma parte da
receita, que é dividida em três.
Um problema apontado pelas
empresas de conteúdo é a cultura
do consumidor, que muitas vezes
não conhece os serviços disponíveis ou não sabe como usá-los.
A solução é as operadoras investirem em marketing para mudar
essa situação, diz Renato Giraldi,
diretor de novos negócios da
Link, que faz conteúdo para a Claro e para a Vivo. "Mas tudo tem
um prazo de conhecimento, como aconteceu com a internet.
Não adianta querer empurrar as
coisas para o consumidor", diz.
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