São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Petrobras prevê investir R$ 390 bilhões até 2014

Antigo plano de negócios da companhia projetava R$ 174 bi de 2009 a 2012

Estatal não detalha quais projetos receberão os investimentos nem quais empreendimentos foram excluídos dos planos


DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem a aprovação do seu novo Plano de Negócios, que prevê investimentos entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhões de 2010 a 2014 -em reais, algo entre R$ 360 bilhões e R$ 390 bilhões.
O plano antigo projetava R$ 174 bilhões de 2009 a 2012. No limite inferior, a estatal alocará 15% a mais em seus novos negócios. No superior, os gastos crescerão 26%.
A estatal não detalhou, porém, os projetos que estão incluídos no plano nem quais deixaram de ser viáveis. Tampouco informou se alguns foram revistos -como o Comperj, refinaria petroquímica que passa por reavaliação de projeto e deve ter seu custo ampliado.
Para o primeiro ano, estão reservados R$ 88,5 bilhões -42% vão para a área de exploração e produção e 38% para a de abastecimento. Em 2009, a Petrobras investiu R$ 79,8 bilhões. Se concretizada a meta, haverá uma expansão de 25% de um ano para o outro.
Neste ano eleitoral, a Petrobras também separou uma lista de projetos a serem apresentados ao governo para inclusão no chamado PAC 2 (Plano de Aceleração do Crescimento 2). A cifra a ser levada para o Executivo soma R$ 265 bilhões entre 2011 e 2014.
Segundo Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, não foi divulgado o valor fechado do novo plano de investimentos porque alguns projetos ainda estão sob análise.
O executivo disse que todos os princípios básicos do plano atual estão mantidos. A estatal admite uma alavancagem financeira -dívida total sobre o patrimônio da companhia- entre 25% e 35%.
Segundo Barbassa, o plano tem algumas condicionantes. A primeira é que a estatal estima uma "curva ascendente" do preço do petróleo nos próximos anos -oscilação entre US$ 62 e US$ 77 o barril, na projeção da companhia. Hoje, está no patamar de US$ 80 o barril.
O plano também dependerá do resultado da capitalização do governo na companhia -que ainda precisa de aprovação do Congresso- e das condições de financiamento.
No ano passado, a Petrobras captou no mercado o valor recorde de R$ 74 bilhões, principalmente do BNDES (R$ 25 bilhões, o maior volume), do Eximbank dos EUA e do governo chinês -US$ 10 bilhões em troca da garantia de suprimento de petróleo.
A União vai ceder à Petrobras R$ 5 bilhões em reservas de petróleo ainda não licitadas, nas áreas próximas às grandes descobertas da bacia de Santos. A estatal vai pagar com títulos, que serão usados para aumentar o capital do Tesouro na companhia. Para Barbassa, a capitalização tem de ocorrer até julho por causa da eleição. "Não trabalho com outra possibilidade."

Dilma
A Petrobras anunciou ainda mudanças no Conselho de Administração. Presidente do órgão desde 2003, a ministra Dilma Rousseff deixa o cargo para disputar a Presidência. Seu substituto é Guido Mantega (Fazenda), que já é conselheiro.
Na nova vaga, entrou o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann -que será interino no ministério no lugar Edson Lobão, que também sai para concorrer às eleições.


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