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FRANÇA
Desemprego atinge 12,8%
Menores de
30 estão
mais pobres
MARTA AVANCINI
de Paris
O número de pobres com menos
de 30 anos na França dobrou em
dez anos.
O dado, do Insee (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos), aponta piora na condição de vida dos jovens. ``É importante considerar que o número absoluto de pobres permanece estável, mas houve uma queda de faixa
etária'', disse Christine Chambaz,
pesquisadora do Insee, à Folha.
O estudo revela que há 5 milhões
de pobres na França. Em 84, 9%
tinham menos de 30 anos. Em dez
anos, a porcentagem dobrou.
São consideradas pobres as pessoas com renda inferior a 39 mil
francos (cerca de US$ 7.000).
Desemprego
Para o Ministério do Trabalho e
dos Negócios Sociais, a pesquisa é
o indicador de um problema que
piorou nos últimos dois anos.
O aumento do desemprego é, segundo o ministério, a causa principal da degradação da condição
econômica dos jovens.
Em março de 96, segundo o Insee, 22,1% dos jovens do sexo masculino estavam desempregados. A
situação era pior entre as mulheres, afetando 31,9% delas.
Na época, eram cerca de 3,09 milhões os desempregados, ou 12,1%
da população ativa.
Em março de 97, 12,8% da população ativa estavam sem colocação
no mercado de trabalho.
``Está cada vez mais difícil entrar
no mercado de trabalho, mesmo
para quem tem um diploma universitário'', disse Christine.
Em março de 96, 7,4% dos jovens
com formação universitária estavam fora do mercado de trabalho.
Assistência
Sem emprego fixo, Eric Figonese
se sustenta com o que chama de
``doações''.
``Eu entro em um trem, conto
minha história, e quem quiser me
ajuda'', disse Figone à Folha.
Ele afirmou que chega a ganhar
US$ 70 por dia.
Estatística do Secours Catholique, uma instituição de caridade,
indica que 25% dos 50 mil atendimentos anuais são prestados a pessoas com menos de 25 anos.
Integração social
A Assembléia Nacional francesa
deve votar, esta semana, projeto de
lei para melhorar condições de integração social.
O projeto, apresentado pelo governo, se estrutura em cinco pontos: trabalho, direito, habitação,
saúde e instituições.
Segundo o primeiro-ministro
Alain Juppé, o combate à exclusão
social é prioritário.
A intenção do governo é criar,
em três anos, 300 mil CIL (Contrato de Iniciativa Local).
São empregos criados por associações e serviços públicos.
Por eles, pessoas que são hoje beneficiadas por programas de seguro-desemprego e de RMI (Renda
Mínima de Inserção) retornariam
ao mercado de trabalho.
Os contratos seriam financiados
pelo próprio governo, a partir de
verbas do RMI e outros programas
sociais. Em 96, o governo francês
aplicou US$ 4,1 milhões no programa de RMI.
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