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Saída de dólares já supera a entrada
da Sucursal de Brasília
Após três meses de forte ingresso, o fluxo de dólares se inverteu e
a saída de moeda estrangeira já supera a entrada no resultado acumulado em maio.
Até o dia 18, houve saída líquida
de US$ 80 milhões, segundo cruzamento de números do Banco
Central e dados obtidos no mercado financeiro.
Esse resultado reforça a expectativa de que o governo promova
hoje, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC),
uma redução quase simbólica nos
juros básicos da economia, de forma a evitar a saída de dólares.
Estimativas de analistas de mercado indicam uma TBC (Taxa Básica do BC) de 22% a 22,75%
anuais. Economistas do Ministério da Fazenda apostam em uma
taxa de 22,5% ao ano. Hoje, a TBC
está em 23,25% anuais.
As projeções de queda tímida se
baseiam no mesmo pressuposto:
os juros chegaram muito perto do
piso, e baixá-los demais poderia
significar saída de dólares.
Segundo o BC, no mercado de
taxas livres, que opera com dólares no segmento financeiro e de
comércio exterior, o ingresso líquido foi de US$ 2,059 bilhões.
Essa entrada não foi suficiente
para cobrir uma saída líquida de
US$ 2,139 bilhões no mercado de
taxas flutuantes, que opera com
dólares para turismo e contas
CC-5 (mantidas por não-residentes). Os números não são oficiais,
já que o BC não divulga números
do flutuante.
Queda lenta
As reservas externas se recuperaram após a alta dos juros em novembro. Nas últimas três reuniões
do Copom, as quedas foram entre
4,5 e 6,5 pontos percentuais. Hoje,
porém, não há mais espaço para
quedas dessa magnitude.
A previsão mais otimista para a
redução nos juros é do economista Roberto Padovani, da Tendências, que projeta uma TBC de 22%
ou de, no máximo, 22,5% anuais.
O economista-chefe do Banco
Pontual, Carlos Guzzo, prevê entre 22,25% e 22,5% anuais. "A
queda poderia ser maior, não fosse a crise da Rússia", disse Guzzo,
que antes previa uma TBC de até
21,8% anuais.
Os economistas Felipe Holanda,
do Citibank, e Marcelo Allain, do
banco BMC, projetam taxas entre
22,5% e 22,75% anuais.
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