São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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Saída de dólares já supera a entrada

da Sucursal de Brasília

Após três meses de forte ingresso, o fluxo de dólares se inverteu e a saída de moeda estrangeira já supera a entrada no resultado acumulado em maio.
Até o dia 18, houve saída líquida de US$ 80 milhões, segundo cruzamento de números do Banco Central e dados obtidos no mercado financeiro.
Esse resultado reforça a expectativa de que o governo promova hoje, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), uma redução quase simbólica nos juros básicos da economia, de forma a evitar a saída de dólares.
Estimativas de analistas de mercado indicam uma TBC (Taxa Básica do BC) de 22% a 22,75% anuais. Economistas do Ministério da Fazenda apostam em uma taxa de 22,5% ao ano. Hoje, a TBC está em 23,25% anuais.
As projeções de queda tímida se baseiam no mesmo pressuposto: os juros chegaram muito perto do piso, e baixá-los demais poderia significar saída de dólares.
Segundo o BC, no mercado de taxas livres, que opera com dólares no segmento financeiro e de comércio exterior, o ingresso líquido foi de US$ 2,059 bilhões.
Essa entrada não foi suficiente para cobrir uma saída líquida de US$ 2,139 bilhões no mercado de taxas flutuantes, que opera com dólares para turismo e contas CC-5 (mantidas por não-residentes). Os números não são oficiais, já que o BC não divulga números do flutuante.

Queda lenta
As reservas externas se recuperaram após a alta dos juros em novembro. Nas últimas três reuniões do Copom, as quedas foram entre 4,5 e 6,5 pontos percentuais. Hoje, porém, não há mais espaço para quedas dessa magnitude.
A previsão mais otimista para a redução nos juros é do economista Roberto Padovani, da Tendências, que projeta uma TBC de 22% ou de, no máximo, 22,5% anuais.
O economista-chefe do Banco Pontual, Carlos Guzzo, prevê entre 22,25% e 22,5% anuais. "A queda poderia ser maior, não fosse a crise da Rússia", disse Guzzo, que antes previa uma TBC de até 21,8% anuais.
Os economistas Felipe Holanda, do Citibank, e Marcelo Allain, do banco BMC, projetam taxas entre 22,5% e 22,75% anuais.



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