DA REDAÇÃO

O euro pode ser a próxima vítima da crise na Argentina. A mudança na política cambial do país, que agora utiliza duas formas de câmbio, atingiu os mercados internacionais em cheio.
Na segunda-feira, Brasil, Chile, Uruguai e Espanha começaram a sentir os efeitos do anúncio feito na sexta-feira e seus mercados fecharam em forte baixa. Ontem, suas moedas voltaram se desvalorizar, aumentando o temor por um contágio da crise no euro, a moeda comum da União Européia.
Para analistas, a exposição européia à Argentina é um motivo de preocupação. Liderados por bancos espanhóis, os investimentos europeus no país são cerca de três vezes maiores do que aqueles feitos por instituições dos Estados Unidos. Caso o peso seja desvalorizado, os integrantes da União Européia serão os mais atingidos e sofrerão graves perdas em seus investimentos na Argentina.
O perigo é que o temor por uma desvalorização fique fora de controle e leve os argentinos a tentar trocar seus pesos por dólares.
"Quando aqueles que têm recursos na Argentina começarem a correr, o dólar vai ser o porto seguro, enquanto o euro será colocado sob pressão", disse Ian Stannard, estrategista de câmbio do BNP Paribas. Segundo dados do BNP, o total de recursos europeus na Argentina é de US$ 300 bilhões, contra US$ 175 bilhões de investimentos americanos.


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