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VÔO PARA A SEGURANÇA
Envio por intermédio das contas CC-5 chega a US$ 690 mi nas duas primeiras semanas do mês
Cresce remessa de dinheiro para o exterior
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O volume de dinheiro mandado
para fora do país registrou forte
crescimento no início deste mês,
segundo dados do Banco Central.
As remessas líquidas para o exterior feitas por meio de contas CC-5 (contas de pessoas ou empresas
residentes ou instaladas no exterior) nas duas primeiras semanas
deste mês ficaram em US$ 690
milhões.
As remessas de recursos feitas
pelas CC-5 no início deste mês são
quase quatro vezes superior aos
US$ 185 milhões que deixaram o
país por esse mecanismo no mesmo período do ano passado. O
volume registrado até agora é superior ao total de remessas feitas
ao longo de todo o mês de junho,
quando foram enviados US$ 605
milhões para o exterior.
No ano, já foram US$ 3,27 bilhões que deixaram o país por
meio das CC-5. O valor é 17%
maior do que o registrado no
mesmo período de 2001.
Em momentos de maior nervosismo, o envio de dinheiro para
fora do país por meio das contas
CC-5 costuma aumentar. Quando
há dúvidas sobre os rumos da
economia brasileira, pessoas e
empresas vêem nesse mecanismo
uma maneira de proteger seus investimentos.
Além disso, não é preciso informar ao BC o motivo da remessa.
Basta que os destinatários dos recursos sejam identificados para
possibilitar um eventual rastreamento do dinheiro.
O envio de recursos para o exterior ajuda a pressionar a cotação
do dólar. Além das saídas pelas
contas CC-5, as operações financeiras (empréstimos externos e
ingressos de investimentos estrangeiros, entre outras) também
registraram saldo negativo nas
primeiras duas semanas do mês,
pressionando a cotação da moeda
dos EUA.
Essas operações foram responsáveis por uma saída de US$ 878
milhões no período. Nas primeiras duas semanas de julho do ano
passado, a movimentação havia
sido positiva em US$ 50 milhões.
O resultado reflete a dificuldade
que as empresas brasileiras têm
enfrentado para renovar as dívidas contraídas no exterior.
Os bancos estrangeiros reduziram a quantidade de linhas de
crédito direcionadas ao Brasil.
Com isso, as empresas não conseguem rolar suas dívidas e são
obrigadas a enviar dinheiro para
o exterior para quitar obrigações.
Até agora, porém, a maior parte
das remessas de dólares para o exterior tem sido compensada pelo
melhora no resultado da balança comercial.
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