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Demanda por bioenergia eleva preço de alimentos
Cresce procura por milho, açúcar e trigo com a alta da cotação do petróleo
Companhias fabricantes de alimentos enfrentam preços mais altos para comprar matérias-primas, afirma relatório feito por banco
DO FINANCIAL TIMES
Companhias fabricantes de
alimentos como a Unilever, a
Nestlé e a Cadbury Adams podem enfrentar custos mais elevados a longo prazo para a compra das commodities que utilizam, à medida que a alta na demanda por biocombustíveis gera aumentos nos preços de matérias-primas como milho, trigo e açúcar, de acordo com relatório do Goldman Sachs.
O desenvolvimento de biocombustíveis produzidos com
base em fontes orgânicas renováveis tais como o milho e as
plantas que produzem açúcar
está começando a acelerar ainda mais, devido aos esforços
dos governos para encontrar
alternativas às fontes de energia que tomam por base o petróleo -mais caras.
A demanda por biocombustíveis está forçando elevação nos
preços das safras agrícolas, tornando mais dispendioso para
as companhias de alimentos
obter as matérias-primas que
usam em seus produtos.
"A alta nos preços das safras
de trigo, milho e açúcar, à medida que os mercados de biocombustíveis se desenvolvem em
todo o mundo, pode sinalizar
uma pressão de custos prolongada sobre as empresas produtoras de alimentos", afirmaram
analistas do Goldman Sachs,
acrescentando que a expectativa deles era de que o setor de
biocombustíveis viesse a competir com o de alimentos por
matérias-primas.
Muitas empresas de alimentos alertaram quanto aos preços mais altos que estão tendo
de enfrentar para adquirir
commodities, mas poucas delinearam de que maneira pretendem enfrentar a situação a
longo prazo.
Algumas companhias indicaram que estão pensando em alterar suas embalagens para
tentar reduzir os custos.
A Heinz recentemente informou que estava considerando
usar plástico menos espesso
em suas embalagens, bem como padronizar alguns dos componentes de embalagem, tais
como as tampas plásticas das
garrafas de molho e de ketchup.
Na estimativa do Goldman
Sachs, mais de 60% da terra
arável da União Européia será
necessária para atender à demanda do setor de biocombustíveis, caso a região pretenda
substituir 20% dos combustíveis fósseis usados em seus
meios de transporte por biocombustíveis.
Isso pressionaria a distribuição de terras reservadas à produção de safras alimentícias.
No entanto, o banco de investimento disse que mudanças no
setor de energia poderiam abrir
novas oportunidades para as
empresas que trabalham no setor de processamento de alimentos, como Südzucker e Associated British Foods.
Tradução de Paulo Migliacci
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