São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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Demanda por bioenergia eleva preço de alimentos

Cresce procura por milho, açúcar e trigo com a alta da cotação do petróleo

Companhias fabricantes de alimentos enfrentam preços mais altos para comprar matérias-primas, afirma relatório feito por banco

DO FINANCIAL TIMES

Companhias fabricantes de alimentos como a Unilever, a Nestlé e a Cadbury Adams podem enfrentar custos mais elevados a longo prazo para a compra das commodities que utilizam, à medida que a alta na demanda por biocombustíveis gera aumentos nos preços de matérias-primas como milho, trigo e açúcar, de acordo com relatório do Goldman Sachs.
O desenvolvimento de biocombustíveis produzidos com base em fontes orgânicas renováveis tais como o milho e as plantas que produzem açúcar está começando a acelerar ainda mais, devido aos esforços dos governos para encontrar alternativas às fontes de energia que tomam por base o petróleo -mais caras.
A demanda por biocombustíveis está forçando elevação nos preços das safras agrícolas, tornando mais dispendioso para as companhias de alimentos obter as matérias-primas que usam em seus produtos.
"A alta nos preços das safras de trigo, milho e açúcar, à medida que os mercados de biocombustíveis se desenvolvem em todo o mundo, pode sinalizar uma pressão de custos prolongada sobre as empresas produtoras de alimentos", afirmaram analistas do Goldman Sachs, acrescentando que a expectativa deles era de que o setor de biocombustíveis viesse a competir com o de alimentos por matérias-primas.
Muitas empresas de alimentos alertaram quanto aos preços mais altos que estão tendo de enfrentar para adquirir commodities, mas poucas delinearam de que maneira pretendem enfrentar a situação a longo prazo.
Algumas companhias indicaram que estão pensando em alterar suas embalagens para tentar reduzir os custos.
A Heinz recentemente informou que estava considerando usar plástico menos espesso em suas embalagens, bem como padronizar alguns dos componentes de embalagem, tais como as tampas plásticas das garrafas de molho e de ketchup.
Na estimativa do Goldman Sachs, mais de 60% da terra arável da União Européia será necessária para atender à demanda do setor de biocombustíveis, caso a região pretenda substituir 20% dos combustíveis fósseis usados em seus meios de transporte por biocombustíveis.
Isso pressionaria a distribuição de terras reservadas à produção de safras alimentícias.
No entanto, o banco de investimento disse que mudanças no setor de energia poderiam abrir novas oportunidades para as empresas que trabalham no setor de processamento de alimentos, como Südzucker e Associated British Foods.


Tradução de Paulo Migliacci

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