![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
São Paulo, segunda, 20 de julho de 1998
![]() |
![]() |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Empresário diz que terá dificuldade para conseguir pagar credores Aronson vende lojas, mas não vê saída para a concordata
da Reportagem Local
![]() Folha - Quando o sr. pediu a primeira concordata e por quê? Girsz Aronson - Em 1991, em razão das altas taxas de juros, da inadimplência e para não ter um título protestado por um banco. A dívida era de R$ 8 milhões, paga em cinco meses. Folha - E a segunda? Aronson - Assim como na primeira, um banco me apertou em 97. Só que a dívida agora é maior, de R$ 40 milhões. Está mais difícil sair dessa. Tanto que estou me desfazendo de 13 lojas. Folha - Como vai conseguir levantar o dinheiro? Aronson - Não sei. Os fornecedores não querem vender mercadorias, assim como estão fazendo com a Arapuã. Esses fabricantes asquerosos deveriam me dar força. Folha - Como o sr. consegue mercadorias? Aronson - Estou comprando de concorrentes, como o Ponto Frio. Cheguei até a adquirir produtos na Arapuã. Algumas empresas ainda vendem quando pago antecipado, mas isso quando estão com estoques altos. Minha venda caiu muito. Faturava R$ 20 milhões por mês antes da concordata e agora não vendo nem R$ 10 milhões. Em 97, faturei R$ 250 milhões. Neste ano, devo vender a metade. Folha - O sr. pretende reduzir a empresa? Aronson - O Pão de Açúcar comprou 13 lojas, das quais 11 em shoppings. Eles vão me pagar R$ 9 milhões pelos pontos e R$ 4 milhões pelo estoque. Já recebi um sinal. Estou entregando o filé mignon e ficando com o osso. Com esses R$ 9 milhões, vou tentar pagar a dívida toda. Folha - O sr. quer vender a empresa? Aronson - Sinceramente, não. Tenho paixão pelo meu trabalho. Se eu vender isso eu morro no dia seguinte. Eu quero morrer onde trabalho (loja no centro de São Paulo). Folha - O sr. está preparando a sua sucessão? Aronson - Não toca nesse assunto. Eu não sei se meus filhos vão ter capacidade para continuar meu trabalho. São filhos criados com carinho, com tudo o que quiseram. Eles não estão acostumados a sofrer na vida. Quem trabalha comigo é apenas o Gerson, meu diretor financeiro, que estudou na FGV, fez pós-graduação na Suíça e fala quatro línguas. É um menino de ouro, mas não o preparei para esse comércio vil. Os quatro tiram mais de R$ 10 mil por mês cada. Folha - O sr. conversa com frequência com os Simeira Jacob, donos da Arapuã? Aronson - Sim. Eles estão arrasados. O Jorge Wilson era presidente de uma holding, que controlava, além da Arapuã, uma grande empresa, a Etti. Agora, ele administra uma concordata e procura um sócio. Folha - Qual é o futuro das cadeias menores? AronsonSó vão sobrar os gigantes -Wal-Mart, Carrefour, Eletro, Makro e Ponto Frio. Folha - Em quem o sr. vai votar para presidente? Aronson - Eu voto sempre no Fernando Henrique Cardoso. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|