São Paulo, segunda, 20 de julho de 1998

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EQUIPAMENTOS
Vendas da filial brasileira crescem 2% nos últimos nove meses
Siemens mundial fatura mais, mas lucro desagrada

ANTONIO CARLOS SEIDL
enviado especial a Haia

O presidente mundial da Siemens, Heinrich von Pierer, disse que as vendas da subsidiária brasileira da multinacional alemã alcançaram US$ 1,55 bilhão nos primeiros nove meses do atual ano fiscal (outubro de 97 a setembro de 98), representando um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em entrevista em Haia, Pierer disse que o Brasil foi responsável por 3% do faturamento mundial da Siemens no período.
Os pedidos em carteira da Siemens do Brasil atingiram US$ 1,77 bilhão, registrando um crescimento de 2%.
Segundo Pierer, esses números indicam que a Siemens cumprirá a meta de um faturamento superior a US$ 2 bilhões no Brasil neste ano.
Essa meta será alcançada apesar da queda nas vendas do setor de telecomunicações, na esteira da suspensão dos investimentos da Telebrás por causa do processo de privatização.
O presidente mundial da Siemens disse que as vendas totais do grupo atingiram nos primeiros nove meses do ano fiscal US$ 45,5 bilhões (mais 15%). Os pedidos em carteira somaram US$ 48,6 bilhões (mais 6%).

Insatisfação
O lucro líquido, porém, cresceu apenas 5%, alcançando US$ 990 milhões, ficando abaixo da previsão da empresa, que era de um crescimento de 15%.
"Estou completamente insatisfeito com o nosso lucro. O atual valor das ações da Siemens nas Bolsas de Valores também reflete a insatisfação dos investidores", afirmou.

Crise asiática
Pierer disse que a crise asiática foi um dos principais fatores responsáveis pelo decepcionante lucro da Siemens nos nove primeiros meses do ano fiscal 97/98.
O impacto da crise asiática no desempenho do grupo significou uma queda de 21% nos pedidos em carteira naquela região, que somaram US$ 5 bilhões.
Com exceção da Ásia, os negócios internacionais da Siemens apresentaram bons resultados. Fora da Alemanha, os pedidos alcançaram US$ 34,3 bilhões, o que representou aumento de 11%. As vendas de US$ 31,4 bilhões significaram um aumento de 22%.
As atividades internacionais respondem agora por cerca de 70% do faturamento total da multinacional alemã.
Os maiores ganhos no exterior foram registrados nas Américas, onde os pedidos, com um aumento de 22%, alcançaram US$ 11,2 bilhões. Os EUA são responsáveis por US$ 6,9 bilhões desse total.


O jornalista ANTONIO CARLOS SEIDL viajou à Holanda a convite da Siemens



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