São Paulo, segunda, 20 de julho de 1998

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MARKETING
Presidente da Aner diz que país investe apenas 1% do PIB em propaganda; países desenvolvidos gastam 2%
Mercado publicitário deverá crescer 10%

da Reportagem Local

O mercado publicitário brasileiro deverá crescer cerca de 10% ao ano até 2000, chegando a movimentar US$ 12 bilhões, prevê José Carlos de Salles Neto, presidente de Aner (Associação Nacional de Editores de Revista).
Em 1997, a indústria da propaganda movimentou cerca US$ 8,6 bilhões, segundo Salles Neto, quase três vezes mais do que no início dos anos 90, quando as cifras eram da ordem de US$ 3 bilhões anualmente.
O crescimento do setor ocorreu por causa da estabilização econômica e da abertura de mercado, que trouxeram novos anunciantes ao país e acirrou a concorrência, na opinião de Salles Neto.
Se sua previsão de crescimento de 10% ao ano até o final do milênio se concretizar, Salles Neto diz que o Brasil estará entre os cinco maiores mercados publicitários do mundo, atrás dos Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Alemanha.
O Brasil gasta hoje 1% do PIB (total da riqueza produzida por um país) em publicidade, segundo a Aner. A meta é chegar a 1,17% em 2000. Salles Neto diz que o percentual brasileiro é baixo quando comparado ao dos países mais desenvolvidos, que gastam até 2%.
Quanto aos desafios a serem enfrentados pelos jornais nos próximos anos, Salles Neto enfatiza a concorrência da televisão. Para ele, as emissoras têm atraído os pequenos e os médios anunciantes, grandes clientes dos jornais, vendendo espaços mais baratos para veiculações regionais.

Concorrência
A construção civil e o comércio são os grandes clientes dos jornais. No ano passado, do total da verba publicitária da construção civil, 85% se dirigiram para os jornais. No caso do comércio, os jornais ficaram com 60% da verba para publicidade.
Os outros desafios, apontados por Salles Neto, são a criação de veículos que tenham como público alvo as classes C e D, que passaram a ser consumidoras e também o aumento de cadernos especializados e regionais, para segmentar mais o público leitor.

Internet
Ao comentar a idéia de que a mídia impressa pode acabar com o surgimento da Internet, Salles Neto faz uma comparação: "O rádio não sumiu com advento da TV. Há espaço para todos", diz ele, ao participar, na última quarta-feira, do ciclo de palestras "Arena do Marketing", promovida pela Folha quinzenalmente.



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