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Se queda do gás for repassada ao consumidor, inflação será menor
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Se a queda do preço do gás de
cozinha na refinaria for toda repassada ao consumidor, como
prometem revendedores e distribuidores, a inflação medida pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo) cairá 0,22 ponto
percentual.
A queda na taxa será diluída entre este mês e setembro. Segundo
a economista Eulina Nunes dos
Santos, do IBGE, o recuo será
mais sentido em setembro, pois a
diminuição do preço na refinaria
aconteceu mais perto do fim do
mês.
Também será, diz ela, compensada, em parte, por um resquício
do reajuste do gás do dia 5 de julho -de 6,2% nas refinarias. Cerca de 2% da alta -ou 0,03 ponto- ainda não foi incorporada ao
IPCA. A ANP (Agência Nacional
do Petróleo) determinou que a
partir de ontem o GLP fosse vendido pela Petrobras 12,4% mais
barato.
Luiz Affonso Lima, economista
do BBV, prevê IPCA de 0,60%
neste mês. Para setembro, estima
0,40%. Ambas as previsões já consideram a queda do gás. Antes, ele
estimava taxas de 0,70% e de
0,50%, respectivamente.
O economista espera que o repasse ao consumidor seja só de
80%. "Uma parte da redução [na
refinaria" ficará como reposição
de margem, como forma de compensar as distribuidoras, que não
repassaram integralmente os últimos aumentos", afirmou Lima.
O diretor do Sindigás (sindicato
das distribuidoras) Agostinho Simões afirmou que desde ontem,
quando as distribuidoras já pagaram menos pelo GLP, o gás é vendido mais barato para o consumidor. Reafirmou que o repasse da
queda na refinaria será integral.
Apesar da promessa do Sindigás, a margem de lucro das distribuidoras subiu em algumas regiões na semana passada, quando
a ANP decidiu baixar o preço da
Petrobras. A alta chegou a 20,86%
no Rio, com a margem de lucro de
R$ 5,62 por botijão, segundo a
ANP. Na média do país, houve
queda de 1,89%.
No caso das revendas, a margem caiu 26,72% no Rio -para
R$ 3,73. Na média, a redução foi
de 10,62% -R$ 3,62. O preço médio final do gás recuou de R$
26,08 para R$ 25,51 na semana
passada (menos 2,19%).
O presidente da Fergás (entidade dos revendedores), Álvaro
Chagas, disse que até agora as distribuidoras não sinalizaram em
quanto o preço cairá nem se o repasse será total. Por isso, afirma,
não têm como estimar a redução
no preço final do gás.
Até julho, o gás já subiu 38,26%
no IPCA e teve o segundo maior
impacto negativo sobre a inflação.
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