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Mercado vê lógica no gradualismo
DA REPORTAGEM LOCAL
Os analistas de mercado consideram que há espaço para um
corte de 2 a 2,5 pontos percentuais na taxa Selic hoje, durante a
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária).
"A inflação corrente e a projetada para 12 meses está caindo, o estresse do câmbio no início deste
mês foi dissipado, e o juro real está muito alto. Há condições para
um corte mais pronunciado na taxa Selic", diz Ricardo Denadei,
economista da LCA Consultoria.
O gradualismo do BC, segundo
Jorge Simino, diretor da UAM
(Unibanco Asset Management),
segue o modelo dos bancos centrais de todo o mundo. "A lógica
dos BCs é que, em política monetária, se tem mais a ganhar indo
de forma lenta", diz ele.
O receio de adotar recuos mais
rápidos nos juros é ter de voltar a
subir a taxa caso ocorra algum
imprevisto no caminho. "O que se
quer evitar é introduzir volatilidade [oscilação] na taxa básica [de
juros] e na economia", afirma Denadei.
No caso do BC brasileiro, outro
fator que determina o conservadorismo é o receio de um aquecimento da demanda, permitindo
que as empresas comecem a repassar custos.
"Está havendo recuperação do
valor nominal dos salários, o que
poderá impulsionar um pouco a
demanda no quarto trimestre",
diz Denadei. "O BC teme que isso
pressione a inflação."
(SB)
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