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CRISE NO AR
Solução está na saída de controladores, afirma dirigente de estatal
Infraero quer fundação fora da Varig
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Infraero, Carlos Wilson, afirmou ontem, no
Rio de Janeiro, que a solução para
a crise da Varig passa pela saída
da Fundação Ruben Berta do controle da empresa. "Quem vai querer comprar a Varig tendo a fundação como controladora? Quem
deixa um rombo de R$ 6 bilhões
não demonstra eficiência administrativa", disse ele.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a Fundação Ruben
Berta informou que só se pronunciará quando houver um comunicado oficial do governo sobre a
solução para a empresa.
Segundo Wilson, o governo está
preparando uma proposta de saneamento da Varig a ser apresentada "o mais rapidamente possível". Somente no primeiro semestre, a dívida da Varig teria aumentado em mais de R$ 1 bilhão, chegando a R$ 6 bilhões.
Ele descartou a hipótese de estatização, mas admitiu que o governo poderá assumir a administração da empresa, temporariamente, com o objetivo de prepará-la
para ser vendida.
"Ela já está estatizada, porque
quem está sustentando é o governo. Estamos tendo paciência em
não executar os créditos", afirmou Wilson, acrescentando que
credores internacionais têm cobrado as dívidas, o que levou a
Varig a perder mais de 30 aeronaves desde o início do ano passado.
Segundo a agência Bloomberg,
o presidente do BNDES, Carlos
Lessa, confirmou ontem que um
plano de salvamento para a companhia deve sair em 60 dias e que
ele pode incluir uma ajuda financeira para a Varig por parte da
instituição.
Pelos cálculos da Infraero, dois
terços da dívida da Varig são com
a União: INSS, Fazenda, BNDES,
Banco do Brasil, Petrobras e a
própria Infraero. Como serão negociadas essas dívidas, ainda não
se sabe. Mas Wilson não tem dúvidas de que, apesar desse passivo, a Varig atrairá compradores.
O Superior Tribunal de Justiça
antecipou para o dia 24 o julgamento do processo em que a Varig reivindica receber mais de R$ 3
bilhões da União por perdas causadas pela política de congelamento de tarifas dos anos 80.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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