São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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CRISE NO AR

Solução está na saída de controladores, afirma dirigente de estatal

Infraero quer fundação fora da Varig

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Infraero, Carlos Wilson, afirmou ontem, no Rio de Janeiro, que a solução para a crise da Varig passa pela saída da Fundação Ruben Berta do controle da empresa. "Quem vai querer comprar a Varig tendo a fundação como controladora? Quem deixa um rombo de R$ 6 bilhões não demonstra eficiência administrativa", disse ele.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Fundação Ruben Berta informou que só se pronunciará quando houver um comunicado oficial do governo sobre a solução para a empresa.
Segundo Wilson, o governo está preparando uma proposta de saneamento da Varig a ser apresentada "o mais rapidamente possível". Somente no primeiro semestre, a dívida da Varig teria aumentado em mais de R$ 1 bilhão, chegando a R$ 6 bilhões.
Ele descartou a hipótese de estatização, mas admitiu que o governo poderá assumir a administração da empresa, temporariamente, com o objetivo de prepará-la para ser vendida.
"Ela já está estatizada, porque quem está sustentando é o governo. Estamos tendo paciência em não executar os créditos", afirmou Wilson, acrescentando que credores internacionais têm cobrado as dívidas, o que levou a Varig a perder mais de 30 aeronaves desde o início do ano passado.
Segundo a agência Bloomberg, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, confirmou ontem que um plano de salvamento para a companhia deve sair em 60 dias e que ele pode incluir uma ajuda financeira para a Varig por parte da instituição.
Pelos cálculos da Infraero, dois terços da dívida da Varig são com a União: INSS, Fazenda, BNDES, Banco do Brasil, Petrobras e a própria Infraero. Como serão negociadas essas dívidas, ainda não se sabe. Mas Wilson não tem dúvidas de que, apesar desse passivo, a Varig atrairá compradores.
O Superior Tribunal de Justiça antecipou para o dia 24 o julgamento do processo em que a Varig reivindica receber mais de R$ 3 bilhões da União por perdas causadas pela política de congelamento de tarifas dos anos 80.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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