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APOSENTADORIA ESPECIAL
Força Sindical e representantes do ministério debatem alternativas hoje
MP da Previdência poderá ser revista
ANDRÉ SOLIANI
da Reportagem Local
O governo admite rever as regras
para aposentadorias especiais e recebe hoje representantes da Força
Sindical para discutir mudanças,
segundo o ministro da Previdência, Waldeck Ornélas.
O ponto em questão é a medida
provisória de 28 de maio deste
ano, que só concede aposentadorias especiais para quem permaneceu todo o tempo de serviço
exercendo atividade insalubre.
Na prática, a MP proíbe a conversão de tempo de serviço especial em tempo comum para aposentadorias por tempo de serviço.
O presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,
só aceita a MP caso ela proíba apenas a conversão do tempo de serviço insalubre exercido após a edição da MP, que foi em 28 de maio.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) também está contestando a atual posição do governo.
Paulinho, que apóia o presidente
Fernando Henrique Cardoso, afirmou que a MP torna difícil sua posição favorável à reeleição de FHC
perante os trabalhadores.
Na sua opinião, não se pode
aceitar que quem trabalhou 15
anos na frente de um forno siderúrgico perca o benefício da aposentadoria especial porque passou
para uma atividade comum.
"Ele já perdeu alguns anos de
vida no passado", diz Paulinho.
O diretor de Seguro Social da
Previdência, Ramon Barreto, diz
que o governo está disposto a negociar apenas regras de transição.
A possibilidade de converter
tempo de serviço especial em comum a partir de 28 de maio deste
ano não existe para ninguém, segundo Barreto.
Ele admite rever a situação daqueles que têm direito a se aposentar por tempo de serviço especial entre abril de 95, data de outra
lei sobre o assunto, e maio de 98.
Segundo uma ordem de serviço de
junho último, a MP afetaria a todos desde 95.
Doença do Trabalho
Foi publicada ontem no diário
oficial lista de normas técnicas que
definem os critérios para concessão de benefícios devido a doenças
do trabalho.
No total são 105 doenças listadas
em quatro normas: doenças relacionadas com esforços repetitivos,
com intoxicação, com pulmão e
com capacidade auditiva.
De acordo com ministro Ornélas, as medidas permitem menor
subjetividade dos peritos médicos
na hora de avaliar um caso.
"São regras que deixam o processo mais transparente," diz ele.
A CUT é contra, pois dificulta
relacionar uma doença a uma atividade profissional ao criar critérios injustos.
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