São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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ACIDENTES
Estatística errada fez o governo ser criticado
INSS erra e "mata" 2.116 trabalhadores

ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) "matou" em 1996 um total de 2.116 trabalhadores, ao inclui-los erradamente nas estatísticas sobre mortes por acidente de trabalho registradas no país.
A estatística errada registrou 5.538 mortes por acidentes de trabalho e há um ano vinha alimentando as críticas contra o governo por causa da elevação dos acidentes de trabalho com morte.
O erro constava do Anuário Estatístico da Previdência Social, que é apresentado na página do Ministério da Previdência na Internet (rede mundial de computadores). O número real de mortes em 96 foi de 3.422 casos.
Segundo a assessoria do ministério, o erro foi atribuído à Dataprev (Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social), órgão responsável pelas estatísticas do INSS.
De acordo com a assessoria, a Dataprev contou como mortes as pensões pagas a dependentes do trabalhador que morreu em acidente de trabalho.

Pensão
"Felizmente, esse erro não representou o pagamento de pensões indevidas", disse o coordenador-geral de Serviços Previdenciários do INSS, Baldur Schubert, que identificou o erro.
Em maio passado, ele desconfiou dos números levantados em 96 sobre mortes por acidentes de trabalho, que apontavam um crescimento de quase 40% em relação ao ano anterior, quando foram constatadas 3.967 mortes.
A Folha apurou que os números de pensões e de mortes foram recontados duas vezes pela Dataprev devido à discrepância entre os dados.
No dia 27 de julho, foram finalmente corrigidos os dados constantes do anuário estatístico exibido na Internet.

Queda
Com a correção do erro, houve, na verdade, uma queda de quase 15% no número de mortes de 95 para 96.
Segundo a assessoria do Ministério do Trabalho, o governo vem desenvolvendo 123 projetos de redução de acidentes nos Estados e no Distrito Federal.
Essa atividade não foi influenciada pela divulgação de dados errados pelo INSS, segundo a assessoria.



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