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ACIDENTES
Estatística errada fez o governo ser criticado
INSS erra e "mata"
2.116 trabalhadores
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) "matou" em 1996
um total de 2.116 trabalhadores, ao
inclui-los erradamente nas estatísticas sobre mortes por acidente de
trabalho registradas no país.
A estatística errada registrou
5.538 mortes por acidentes de trabalho e há um ano vinha alimentando as críticas contra o governo
por causa da elevação dos acidentes de trabalho com morte.
O erro constava do Anuário Estatístico da Previdência Social, que
é apresentado na página do Ministério da Previdência na Internet
(rede mundial de computadores).
O número real de mortes em 96 foi
de 3.422 casos.
Segundo a assessoria do ministério, o erro foi atribuído à Dataprev
(Empresa de Processamento de
Dados da Previdência Social), órgão responsável pelas estatísticas
do INSS.
De acordo com a assessoria, a
Dataprev contou como mortes as
pensões pagas a dependentes do
trabalhador que morreu em acidente de trabalho.
Pensão
"Felizmente, esse erro não representou o pagamento de pensões indevidas", disse o coordenador-geral de Serviços Previdenciários do INSS, Baldur Schubert,
que identificou o erro.
Em maio passado, ele desconfiou dos números levantados em
96 sobre mortes por acidentes de
trabalho, que apontavam um crescimento de quase 40% em relação
ao ano anterior, quando foram
constatadas 3.967 mortes.
A Folha apurou que os números
de pensões e de mortes foram recontados duas vezes pela Dataprev
devido à discrepância entre os dados.
No dia 27 de julho, foram finalmente corrigidos os dados constantes do anuário estatístico exibido na Internet.
Queda
Com a correção do erro, houve,
na verdade, uma queda de quase
15% no número de mortes de 95
para 96.
Segundo a assessoria do Ministério do Trabalho, o governo vem
desenvolvendo 123 projetos de redução de acidentes nos Estados e
no Distrito Federal.
Essa atividade não foi influenciada pela divulgação de dados errados pelo INSS, segundo a assessoria.
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