|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
'Risco Brasil' cresce,
avalia banco inglês
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
O déficit fiscal acumulado de
7,1% do PIB de maio de 97 a maio
de 98 -o "calcanhar de aquiles"
da economia brasileira- aumenta substancialmente a percepção
do "risco Brasil" e deixa o país exposto a um choque externo na esteira da débâcle da Rússia, de
acordo com o Dresdner Kleinwort
Benson, de Londres.
No último relatório do banco de
investimentos londrino sobre a
economia latino-americana, a
avaliação do "risco Brasil" passou
de "sinal verde" para "sinal
amarelo" devido à prolongada
crise na Ásia, agravada pela moratória russa, o que, diz o documento, manterá o ambiente externo
"extremamente difícil" nos próximos 12 meses.
Segundo a instituição, a afirmação do ministro Pedro Malan, segundo a qual os dolorosos efeitos
colaterais das medidas tomadas
pelo Brasil para combater o contágio asiático estariam chegando ao
fim, pode não passar de uma "errônea identificação dos próprios
desejos com a realidade".
"Contra esse pano de fundo, o
adiamento da reforma da Previdência Social é uma grande decepção porque amplia o prazo para
um mais do que necessário ajuste
fiscal e reduz a resistência do Brasil ao contágio asiático."
O Dresdner Kleinwort Benson
diz que um profundo "choque fiscal" deve ser a prioridade, uma
vez passadas as eleições de outubro, para desativar a "bomba-relógio" do déficit fiscal que ameaça
os alicerces do Plano Real.
O Dresdner aponta o excelente
desempenho do país no controle
da inflação (a taxa anual de 1% em
julho deste ano é a menor dos últimos 49 anos), área na qual o país
alcançou resultados melhores do
que os EUA e a Argentina.
"O presidente, que acreditamos
será reeleito em outubro, deveria
usar o sucesso da estabilização para atacar a faceta menos atraente
do desempenho recente do Brasil,
que é a fragilidade fiscal."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|