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DINHEIRO NO BOLSO
Sindicalistas cobram juros baixos, e financeiras pedem regras
Central e banco travam queda-de-braço
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Centrais sindicais e bancos já
travam uma queda-de-braço para
tomar conta de 22 milhões de
clientes potenciais. São trabalhadores que, segundo dados do Ministério do Trabalho, têm registro
em carteira e podem aderir a
acordos de empréstimo com desconto em folha de pagamento. A
massa salarial desse contingente
de trabalhadores foi de R$ 17 bilhões em dezembro passado.
CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGT
(Confederação Geral dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral
dos Trabalhadores do Brasil) e
CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores) deram dez dias de
prazo para que as instituições financeiras apresentem suas propostas para uma "licitação pública" para definir os bancos que poderão firmar acordos de crédito
com desconto em folha.
"Ganha a "concorrência pública"
quem oferecer a melhor taxa de
juros", disse Luiz Marinho, presidente da CUT.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) defende que, antes de os bancos colocarem no papel suas taxas, sejam definidos
critérios "claros e transparentes"
para regular a concessão dessa
nova modalidade de empréstimo.
"Não queremos que isso vire um
mercado de peixe. Se o banco
isenta o empregado de taxa de administração ou se abre um posto
dentro da empresa, isso tem de ter
um peso", afirmou Valdery Albuquerque, diretor da federação.
O "leilão" foi anunciado ontem
oficialmente após a primeira reunião de sindicalistas e 31 representantes de 19 bancos na sede da
Febraban, em São Paulo. Os envelopes serão depositados na Consultoria Trevisan e abertos no
próximo dia 2. Em uma primeira
fase, será escolhido um terço das
propostas. Depois, as centrais podem negociar livremente.
"O acordo feito com o Santander [entre os metalúrgicos da Força Sindical e o banco e que prevê
juros de 2% a 3,8% mensais] não
atrapalha em nada as negociações. Vai servir de referência. Se
um banco oferecer algo melhor,
vamos renegociá-lo com o Santander", disse Paulo Pereira da
Silva, presidente da Força.
Enquanto a Febraban espera regras, os bancos correm por fora
em busca de acordos individuais
com as centrais. "Estamos conversando com dois bancos. Nossa
regra é juros baixos", disse Canindé Pegado, secretário da CGT.
Um deles é o Santander, segundo
a Folha apurou.
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