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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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DINHEIRO NO BOLSO

Sindicalistas cobram juros baixos, e financeiras pedem regras

Central e banco travam queda-de-braço

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Centrais sindicais e bancos já travam uma queda-de-braço para tomar conta de 22 milhões de clientes potenciais. São trabalhadores que, segundo dados do Ministério do Trabalho, têm registro em carteira e podem aderir a acordos de empréstimo com desconto em folha de pagamento. A massa salarial desse contingente de trabalhadores foi de R$ 17 bilhões em dezembro passado.
CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) e CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores) deram dez dias de prazo para que as instituições financeiras apresentem suas propostas para uma "licitação pública" para definir os bancos que poderão firmar acordos de crédito com desconto em folha.
"Ganha a "concorrência pública" quem oferecer a melhor taxa de juros", disse Luiz Marinho, presidente da CUT.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) defende que, antes de os bancos colocarem no papel suas taxas, sejam definidos critérios "claros e transparentes" para regular a concessão dessa nova modalidade de empréstimo. "Não queremos que isso vire um mercado de peixe. Se o banco isenta o empregado de taxa de administração ou se abre um posto dentro da empresa, isso tem de ter um peso", afirmou Valdery Albuquerque, diretor da federação.
O "leilão" foi anunciado ontem oficialmente após a primeira reunião de sindicalistas e 31 representantes de 19 bancos na sede da Febraban, em São Paulo. Os envelopes serão depositados na Consultoria Trevisan e abertos no próximo dia 2. Em uma primeira fase, será escolhido um terço das propostas. Depois, as centrais podem negociar livremente.
"O acordo feito com o Santander [entre os metalúrgicos da Força Sindical e o banco e que prevê juros de 2% a 3,8% mensais] não atrapalha em nada as negociações. Vai servir de referência. Se um banco oferecer algo melhor, vamos renegociá-lo com o Santander", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da Força.
Enquanto a Febraban espera regras, os bancos correm por fora em busca de acordos individuais com as centrais. "Estamos conversando com dois bancos. Nossa regra é juros baixos", disse Canindé Pegado, secretário da CGT. Um deles é o Santander, segundo a Folha apurou.


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