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Parceria pode viabilizar Angra 3
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Eletrobrás,
Luiz Pinguelli Rosa, disse ontem
que o governo está tentando
atrair a adesão da Siemens, empresa de capital francês, para o
projeto de criação de uma empresa privada para financiar a construção da usina nuclear Angra 3,
no Estado do Rio de Janeiro.
A criação dessa empresa é considerada por Pinguelli a única solução para viabilizar a construção
da usina nuclear.
A Angra 3 está orçada em US$
1,7 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões).
O Brasil já investiu cerca de US$
750 milhões no projeto de Angra
3, que vem se arrastando desde a
década de 60, nos governos militares, e deveria estar pronta em
1988. A maioria dos equipamentos já foi paga e está no país, o que
representa um gasto anual de cerca de US$ 20 milhões somente para manutenção.
A Siemens é a fornecedora dos
geradores. A usina, se concluída
dentro do previsto, terá potência
de 1.350 megawatts.
A construção e operação de usinas nucleares é monopólio da
União, exercido por intermédio
da empresa Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás.
A proposta de Pinguelli é que
seja criada uma espécie de empresa-espelho da Eletronuclear, que
não fará parte da operação da usina, mas terá uma concessão de 20
anos para comercializar a energia
que ela produzir. Ele disse que a
Eletrobrás poderá ter participação no capital dessa empresa.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral (PSB), já
defendeu em discurso a retomada
do projeto de Angra 3 e contaria
com o apoio da cúpula do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mais investimento
Pinguelli disse também que as
construções das usinas de Belo
Monte, no rio Xingu, e Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, só
terão condições de serem feitas se
houver participação de investidores privados. Ele afirmou que a
Eletrobrás já foi consultada por
empresas interessadas nos projetos, especialmente no de Belo
Monte, mais antigo que os outros
dois.
Pinguelli Rosa contestou as críticas de que os investidores em
energia elétrica estão arredios por
causa das incertezas em relação
ao novo modelo para o setor, que
o governo pretende enviar ao
Congresso Nacional até novembro.
"Não são verdadeiras as críticas
de que os investidores não estão
apostando no setor por causa de
incertezas em relação ao novo
modelo", afirmou. Segundo Pinguelli, há "filas de investidores
privados" interessados em fazer
investimentos em parceria com a
Eletrobrás.
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