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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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Parceria pode viabilizar Angra 3

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, disse ontem que o governo está tentando atrair a adesão da Siemens, empresa de capital francês, para o projeto de criação de uma empresa privada para financiar a construção da usina nuclear Angra 3, no Estado do Rio de Janeiro.
A criação dessa empresa é considerada por Pinguelli a única solução para viabilizar a construção da usina nuclear.
A Angra 3 está orçada em US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões). O Brasil já investiu cerca de US$ 750 milhões no projeto de Angra 3, que vem se arrastando desde a década de 60, nos governos militares, e deveria estar pronta em 1988. A maioria dos equipamentos já foi paga e está no país, o que representa um gasto anual de cerca de US$ 20 milhões somente para manutenção.
A Siemens é a fornecedora dos geradores. A usina, se concluída dentro do previsto, terá potência de 1.350 megawatts.
A construção e operação de usinas nucleares é monopólio da União, exercido por intermédio da empresa Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás.
A proposta de Pinguelli é que seja criada uma espécie de empresa-espelho da Eletronuclear, que não fará parte da operação da usina, mas terá uma concessão de 20 anos para comercializar a energia que ela produzir. Ele disse que a Eletrobrás poderá ter participação no capital dessa empresa.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral (PSB), já defendeu em discurso a retomada do projeto de Angra 3 e contaria com o apoio da cúpula do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais investimento
Pinguelli disse também que as construções das usinas de Belo Monte, no rio Xingu, e Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, só terão condições de serem feitas se houver participação de investidores privados. Ele afirmou que a Eletrobrás já foi consultada por empresas interessadas nos projetos, especialmente no de Belo Monte, mais antigo que os outros dois.
Pinguelli Rosa contestou as críticas de que os investidores em energia elétrica estão arredios por causa das incertezas em relação ao novo modelo para o setor, que o governo pretende enviar ao Congresso Nacional até novembro.
"Não são verdadeiras as críticas de que os investidores não estão apostando no setor por causa de incertezas em relação ao novo modelo", afirmou. Segundo Pinguelli, há "filas de investidores privados" interessados em fazer investimentos em parceria com a Eletrobrás.


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