São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2005

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PECUÁRIA

Central e representantes dos empresários fecham acordo para evitar demissões em SP; outros Estados podem ser beneficiados

Frigoríficos vão manter emprego por 30 dias

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores de frigoríficos do Estado de São Paulo conseguiram garantia de emprego por 30 dias. O acordo foi resultado de negociação entre a Força Sindical e o Sindfrio (Sindicato da Indústria de Frios do Estado de São Paulo).
A central vai negociar, a partir de hoje, a extensão do acordo de manutenção do nível de emprego para pelo menos outros quatro Estados -Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Goiânia.
Em razão do embargo às exportações brasileiras de carne, em conseqüência dos focos de febre aftosa registrados no país, frigoríficos paulistas, do Paraná e de Mato Grosso do Sul, de acordo com a central, já ameaçavam demitir até 30% dos trabalhadores do setor. Parte deles já concedeu férias coletivas, outra parte estuda dar licença-remunerada.
Só no Estado de São Paulo, 70 mil trabalham no setor de carnes e derivados. No Paraná, cerca de 30 mil. No país, são 250 mil.
Em troca da garantia do nível de emprego, a Força se comprometeu a pressionar os governos federal e estaduais a liberar créditos tributários (PIS, Cofins e ICMS) que as exportadoras possuam para ajudar a contornar a crise.
"Pedimos audiência ao governador Geraldo Alckmin [de São Paulo] e ao ministro Roberto Rodrigues [Agricultura]. Firmamos um compromisso com o setor patronal: se os créditos forem liberados, a contrapartida será manter o nível de emprego por um prazo de 90 dias", diz Paulo Pereira da Silva, presidente da central.
O frigorífico Minerva, um dos maiores do país, paralisou a linha de produção em José Bonifácio (interior de SP) e concedeu desde ontem férias coletivas, por um período de 15 dias, a 700 funcionários, segundo informa Luiz Carlos Anastácio, presidente do sindicato dos trabalhadores em Barretos.
Em Mato Grosso do Sul, Carlos Lima, representante da Força Sindical no Estado, informou que os empregos não só dos frigoríficos mas dos trabalhadores que transportam o produto também estão ameaçados. Hoje, a Força deve se reunir com representantes do governo estadual para discutir a garantia dos cerca de 13 mil empregos do setor de carnes.
Na próxima quinta-feira, a Força promove uma manifestação na avenida Paulista para mostrar que a carne brasileira está livre de problemas. "O protesto, que vai contar com cerca de 20 bois e um churrasco público, tem como objetivo mostrar ao mundo que o boi brasileiro é saudável. São Paulo não tem nada a ver com esse foco de aftosa, que está restrito a apenas uma região do Estado de Mato Grosso do Sul", afirma o presidente da central.


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