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PECUÁRIA
Central e representantes dos empresários fecham acordo para evitar demissões em SP; outros Estados podem ser beneficiados
Frigoríficos vão manter emprego por 30 dias
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores de frigoríficos
do Estado de São Paulo conseguiram garantia de emprego por 30
dias. O acordo foi resultado de negociação entre a Força Sindical e o
Sindfrio (Sindicato da Indústria
de Frios do Estado de São Paulo).
A central vai negociar, a partir
de hoje, a extensão do acordo de
manutenção do nível de emprego
para pelo menos outros quatro
Estados -Mato Grosso do Sul,
Paraná, Santa Catarina e Goiânia.
Em razão do embargo às exportações brasileiras de carne, em
conseqüência dos focos de febre
aftosa registrados no país, frigoríficos paulistas, do Paraná e de
Mato Grosso do Sul, de acordo
com a central, já ameaçavam demitir até 30% dos trabalhadores
do setor. Parte deles já concedeu
férias coletivas, outra parte estuda
dar licença-remunerada.
Só no Estado de São Paulo, 70
mil trabalham no setor de carnes
e derivados. No Paraná, cerca de
30 mil. No país, são 250 mil.
Em troca da garantia do nível de
emprego, a Força se comprometeu a pressionar os governos federal e estaduais a liberar créditos
tributários (PIS, Cofins e ICMS)
que as exportadoras possuam para ajudar a contornar a crise.
"Pedimos audiência ao governador Geraldo Alckmin [de São
Paulo] e ao ministro Roberto Rodrigues [Agricultura]. Firmamos
um compromisso com o setor patronal: se os créditos forem liberados, a contrapartida será manter
o nível de emprego por um prazo
de 90 dias", diz Paulo Pereira da
Silva, presidente da central.
O frigorífico Minerva, um dos
maiores do país, paralisou a linha
de produção em José Bonifácio
(interior de SP) e concedeu desde
ontem férias coletivas, por um período de 15 dias, a 700 funcionários, segundo informa Luiz Carlos
Anastácio, presidente do sindicato dos trabalhadores em Barretos.
Em Mato Grosso do Sul, Carlos
Lima, representante da Força Sindical no Estado, informou que os
empregos não só dos frigoríficos
mas dos trabalhadores que transportam o produto também estão
ameaçados. Hoje, a Força deve se
reunir com representantes do governo estadual para discutir a garantia dos cerca de 13 mil empregos do setor de carnes.
Na próxima quinta-feira, a Força promove uma manifestação na
avenida Paulista para mostrar que
a carne brasileira está livre de problemas. "O protesto, que vai contar com cerca de 20 bois e um
churrasco público, tem como objetivo mostrar ao mundo que o
boi brasileiro é saudável. São Paulo não tem nada a ver com esse foco de aftosa, que está restrito a
apenas uma região do Estado de
Mato Grosso do Sul", afirma o
presidente da central.
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