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UBS Pactual fará gestão de ativos no México
Operação é primeira incursão na América Latina
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O UBS Pactual irá abrir uma
operação de asset management
(administração de ativos) no
México. Quarta maior gestora
de recursos do Brasil, atrás apenas do Banco do Brasil, do Itaú
e do Bradesco, o UBS Pactual
tem, até setembro, R$ 87,3 bilhões sob sua gestão no país.
Essa será a primeira incursão
da equipe brasileira em outro
país, depois que o UBS adquiriu
o Pactual, há dez meses, e a
operação local tornou-se responsável pela América Latina.
"O Brasil responde por pouco
mais de 80% da indústria de
fundos na América Latina, e o
México, o segundo maior mercado, por outros 10%", diz Rodrigo Xavier, diretor da área de
asset management do UBS Pactual. "Não dá para pensar em
ser um competidor regional
sem estar no México."
Depois de o UBS ter conseguido a autorização para operar
como banco no México no início do ano, o UBS Pactual pediu
permissão, na Comisión Nacional Bancaria y de Valores (a
CVM mexicana), para operar
no país com gestão de ativos. A
expectativa é que a área comece
a funcionar no primeiro trimestre do ano que vem.
O UBS Pactual já contratou
dois executivos mexicanos, que
estão tomando contato com o
"estilo Pactual" de gestão. Participam de reuniões e conferências nas quais conhecem o
modelo de negócios que Xavier
define como "voltado para a
meritocracia e o empreendedorismo". E que os concorrentes
preferem designar como de "altíssima agressividade e devoção integral" ao banco.
Tal modelo levou o UBS Pactual a se tornar o maior banco
de investimentos do país, segundo a Thomson Financial.
Na área de gestão de fortunas,
fica na segunda posição, atrás
apenas do Itaú, segundo a Anbid (Associação Nacional dos
Bancos de Investimento).
Já o desempenho na área de
gestão de ativos virou exemplo
para o controlador suíço. Atingido pela crise dos "subprime",
as hipotecas de alto risco nos
EUA, o banco reuniu, no fim de
semana passado, seus principais executivos na Suíça. Em
pauta, orientações para reverter o primeiro prejuízo trimestral em nove anos e superar as
dificuldades que levaram ao
corte de 1.500 funcionários.
"O Brasil foi citado como
exemplo tanto na reunião
quanto no último balanço do
UBS", afirma Xavier.
A operação de gestão de recursos, particularmente, foi
destacada várias vezes no balanço. Motivo: repetiu o desempenho dos últimos sete anos no
Brasil. De 2001 para cá, o crescimento médio anual dos ativos
a cargo do Pactual foi superior a
50%, em média, ao ano.
"O brasileiro está começando
a planejar o futuro e seus investimentos, como se faz em outros países do mundo", afirma
William Eid Junior, coordenador do centro de estudos em finanças da FGV. "Os bancos
mais agressivos estão encontrando muitas oportunidades."
A ida ao México é parte da estratégia de manter o ritmo de
crescimento. Enquanto a indústria de fundos de investimento mexicana tem US$ 55
bilhões em ativos, a brasileira é
14 vezes maior. "O mercado
mexicano lembra o brasileiro
dez anos atrás", diz Xavier.
Segundo ele, apesar das facilidades da operação remota no
mercado de capitais, o ponto de
vista local para a gestão de recursos é importante. "Isso não
significa que abriremos escritórios na Argentina e no Chile",
diz ele. "A relação custo-benefício tem de valer a pena."
Outra linha de crescimento é
estreitar a sinergia entre as três
áreas de atuação do UBS Pactual: banco de investimento,
gestão de fortuna e administração de ativos.
Conflito de interesses
Concorrentes dizem que o
procedimento gera conflito de
interesses. Isso porque o banco
que intermedeia empréstimos,
faz aberturas de capital, gere
fortunas e atua como formador
de mercado, entre outras atividades, tem seu ganho atrelado a
taxas de sucesso. Com isso, teria, por exemplo, interesse -e
poder- para influenciar o valor
de determinados papéis.
"Nossos resultados falam por
si", diz Xavier. "O sucesso de
uma área impulsiona o crescimento da outra."
Uma terceira linha de crescimento é aumentar a sinergia
entre os dois bancos. Dos US$ 8
bilhões captados neste ano pelo
UBS Pactual, US$ 1,5 bilhão
veio por meio do UBS. "É bastante, mas temos uma avenida
de crescimento pela frente."
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