São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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TRABALHO

No 1º semestre, taxa foi de 23,9% em SP, contra 16,7% para os brancos

Desemprego é maior para negros

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de desempregados entre a população negra é maior que entre a branca.
No primeiro semestre deste ano, a taxa de desemprego medida pelo Dieese atingiu 23,9% entre negros no município de São Paulo, ante 16,7% entre brancos.
Essa informação está contida na pesquisa "A desigualdade racial no mercado de trabalho", realizada pelo Dieese e pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados).
O estudo levantou dados de seis regiões metropolitanas brasileiras e foi divulgado ontem para marcar o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado hoje.
A desigualdade racial também persiste nos rendimentos dos trabalhadores. Enquanto os brancos brasileiros recebem em média 3,8 salários mínimos por mês, os negros ganham 2 mínimos. Entre a população parda, o valor cai para 1,8 mínimo.
De acordo com Patrícia Costa, pesquisadora do Dieese, a situação socioeconômica desfavorável da maior parte dos negros e pardos brasileiros é o principal pilar do desnível entre os grupos.
Outro dado revelado pela pesquisa diz respeito à qualidade dos postos de trabalho. Ela é mais precária para a mão-de-obra negra, que ocupa postos de trabalho mais vulneráveis, como: assalariados sem carteira de trabalho assinada, autônomos e trabalhadores familiares.
Nessa situação, encontram-se 44,5% do total de trabalhadores negros em Recife (PE) e 41% em São Paulo. Entre os trabalhadores não-negros (amarelos e brancos), esses patamares situam-se entre 35,3% e 31,1%, respectivamente.

Ascensão mais difícil
O ingresso precoce dos negros no mercado de trabalho é outro motivo que acirra a dificuldade de inserção dessa parcela da população. Na cidade de São Paulo, quase um quarto das crianças e adolescentes negros trabalha.
"Isso leva a um prejuízo escolar, que faz com que a maioria dos negros tenha uma trajetória profissional mais acidentada e com remunerações mais baixas", afirma o economista Hélio Santos. (CC)


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