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TRABALHO
No 1º semestre, taxa foi de 23,9% em SP, contra 16,7% para os brancos
Desemprego é maior para negros
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de desempregados
entre a população negra é maior
que entre a branca.
No primeiro semestre deste
ano, a taxa de desemprego medida pelo Dieese atingiu 23,9% entre negros no município de São
Paulo, ante 16,7% entre brancos.
Essa informação está contida na
pesquisa "A desigualdade racial
no mercado de trabalho", realizada pelo Dieese e pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados).
O estudo levantou dados de seis
regiões metropolitanas brasileiras
e foi divulgado ontem para marcar o Dia Nacional da Consciência
Negra, celebrado hoje.
A desigualdade racial também
persiste nos rendimentos dos trabalhadores. Enquanto os brancos
brasileiros recebem em média 3,8
salários mínimos por mês, os negros ganham 2 mínimos. Entre a
população parda, o valor cai para
1,8 mínimo.
De acordo com Patrícia Costa,
pesquisadora do Dieese, a situação socioeconômica desfavorável
da maior parte dos negros e pardos brasileiros é o principal pilar
do desnível entre os grupos.
Outro dado revelado pela pesquisa diz respeito à qualidade dos
postos de trabalho. Ela é mais precária para a mão-de-obra negra,
que ocupa postos de trabalho
mais vulneráveis, como: assalariados sem carteira de trabalho
assinada, autônomos e trabalhadores familiares.
Nessa situação, encontram-se
44,5% do total de trabalhadores
negros em Recife (PE) e 41% em
São Paulo. Entre os trabalhadores
não-negros (amarelos e brancos),
esses patamares situam-se entre
35,3% e 31,1%, respectivamente.
Ascensão mais difícil
O ingresso precoce dos negros
no mercado de trabalho é outro
motivo que acirra a dificuldade de
inserção dessa parcela da população. Na cidade de São Paulo, quase um quarto das crianças e adolescentes negros trabalha.
"Isso leva a um prejuízo escolar,
que faz com que a maioria dos negros tenha uma trajetória profissional mais acidentada e com remunerações mais baixas", afirma
o economista Hélio Santos.
(CC)
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