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Indústria tem recuperação de vagas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após três meses seguidos sem
crescer, o emprego na indústria
teve uma pequena recuperação
em setembro: houve um aumento
de 1,3% em relação a agosto, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da melhora, ainda há retração na comparação com os dados de 2001: 0,3% ante setembro,
mês no qual o país vivia o período
mais agudo do racionamento de
energia, que afetou a produção da
indústria.
Os dados do IBGE mostram,
porém, uma desaceleração do ritmo de redução de postos de trabalho no setor. A queda de 0,3% é
menor do que a registrada em
agosto em comparação com igual
mês do ano passado, quando fora
de 1,1%.
"Houve uma melhora, quando
analisada a ponta da série [o mês
de setembro]. Foi um movimento
generalizado, atingindo quase todas as regiões", afirmou Denise
Cordovil, técnica do Departamento de Indústria do IBGE.
Das 14 regiões pesquisadas, 13
tiveram crescimento no nível de
emprego. Em São Paulo, a alta foi
menor do que a média: 0,4% em
relação a agosto.
De acordo com a técnica, a suave recuperação do emprego industrial foi puxada pelo bom desempenho do setor de alimentos,
especialmente o de açúcar, beneficiado pela maior safra de cana.
Os preços internacionais mais altos do produto, disse Cordovil,
também ajudaram o setor.
Os ramos mais dinâmicos nas
contratações foram alimentos e
bebidas e refino de petróleo e produção de álcool, o que explica o
crescimento da ocupação na região Nordeste (6,7%) e em Pernambuco (7,4%). Já os destaques
negativos foram as indústrias químicas e de meios de transporte
(inclui automóveis).
Ao comentar os resultados de
setembro na comparação com os
do ano passado, a técnica do IBGE
afirmou que a trajetória das taxas
de emprego é de "uma quase estabilidade, mostrando uma pequena desaceleração".
Em relação a setembro, São
Paulo e Rio -cujo emprego caiu
3,3% e 3,6%, respectivamente-
foram as regiões que mais contribuíram para a queda da taxa média.
Folha de pagamento
Apesar da melhora do nível de
emprego, a folha de pagamento
(inclui salários, horas extras e benefícios) real da indústria teve
queda de 1,7% na comparação
com setembro de 2001. Em relação a agosto, a retração foi de
0,3%.
Segundo Cordovil, o aumento
da inflação nos últimos meses influenciou a redução dos vencimentos dos trabalhadores da indústria.
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