São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

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Indústria tem recuperação de vagas

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Após três meses seguidos sem crescer, o emprego na indústria teve uma pequena recuperação em setembro: houve um aumento de 1,3% em relação a agosto, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da melhora, ainda há retração na comparação com os dados de 2001: 0,3% ante setembro, mês no qual o país vivia o período mais agudo do racionamento de energia, que afetou a produção da indústria.
Os dados do IBGE mostram, porém, uma desaceleração do ritmo de redução de postos de trabalho no setor. A queda de 0,3% é menor do que a registrada em agosto em comparação com igual mês do ano passado, quando fora de 1,1%.
"Houve uma melhora, quando analisada a ponta da série [o mês de setembro]. Foi um movimento generalizado, atingindo quase todas as regiões", afirmou Denise Cordovil, técnica do Departamento de Indústria do IBGE.
Das 14 regiões pesquisadas, 13 tiveram crescimento no nível de emprego. Em São Paulo, a alta foi menor do que a média: 0,4% em relação a agosto.
De acordo com a técnica, a suave recuperação do emprego industrial foi puxada pelo bom desempenho do setor de alimentos, especialmente o de açúcar, beneficiado pela maior safra de cana. Os preços internacionais mais altos do produto, disse Cordovil, também ajudaram o setor.
Os ramos mais dinâmicos nas contratações foram alimentos e bebidas e refino de petróleo e produção de álcool, o que explica o crescimento da ocupação na região Nordeste (6,7%) e em Pernambuco (7,4%). Já os destaques negativos foram as indústrias químicas e de meios de transporte (inclui automóveis).
Ao comentar os resultados de setembro na comparação com os do ano passado, a técnica do IBGE afirmou que a trajetória das taxas de emprego é de "uma quase estabilidade, mostrando uma pequena desaceleração".
Em relação a setembro, São Paulo e Rio -cujo emprego caiu 3,3% e 3,6%, respectivamente- foram as regiões que mais contribuíram para a queda da taxa média.

Folha de pagamento
Apesar da melhora do nível de emprego, a folha de pagamento (inclui salários, horas extras e benefícios) real da indústria teve queda de 1,7% na comparação com setembro de 2001. Em relação a agosto, a retração foi de 0,3%.
Segundo Cordovil, o aumento da inflação nos últimos meses influenciou a redução dos vencimentos dos trabalhadores da indústria.


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