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GUERRA COMERCIAL
Chineses cancelam missão após imposição de cotas para têxteis
China ameaça EUA com retaliação
DA REDAÇÃO
A disputa entre norte-americanos e chineses começa a ganhar
ares de guerra comercial. A China
condenou a decisão do governo
George W. Bush de impor cotas
para a importação de alguns produtos têxteis e ameaçou retaliar.
A primeira reação chinesa foi o
cancelamento de duas missões
comerciais aos EUA. Os chineses
iriam se encontrar com produtores de soja, trigo e outros grãos, e
existia a expectativa de que seriam fechados contratos.
Anteontem, o governo Bush
anunciou que limitará a importação de três categorias de produtos
têxteis, que envolvem itens como
sutiãs, camisolas, robes e malhas
de tricô. Segundo os EUA, houve
um acentuado aumento nas importações, o que estaria afetando
as empresas americanas e as exportações de outros países.
As importações de robes e sutiãs, por exemplo, mais do que
dobraram nos cinco primeiros
meses deste ano ante igual período do ano passado.
No entender do Departamento
de Comércio dos EUA, as cotas
são previstas dentro do regimes
de salvaguardas da OMC (Organização Mundial do Comércio).
As medidas constariam no acordo assinado pelos chineses quando ingressaram na OMC, em
2001. Mas a China discorda.
"A decisão do governo dos EUA
vai contra os princípios de livre
comércio da OMC", disse o porta-voz do Ministério do Comércio da
China, Chong Quan, citado por
uma agência de notícias chinesa.
"A China se reserva o direito de
abrir processos legais, para defender sua indústria."
Às vésperas de entrar em ano
eleitoral, Bush está sob pesado
ataque dos lobbies industriais. Estimativas apontam a perda de 2,5
milhões de vagas nos últimos três
anos, e os empresários culpam a
enxurrada de produtos asiáticos
baratos como uma das principais
razões para o desemprego. O setor têxtil, que fechou 316 mil postos de trabalho, teria sido um dos
mais atingidos. Várias fábricas foram fechadas.
A maior queixa dos americanos
é o fato de a China ter um câmbio
fixo, que estaria artificialmente
desvalorizado para estimular exportações. Mas um estudo do
Fundo Monetário Internacional
minou o argumento dos EUA.
Segundo o FMI, não há indícios
de que o yuan, a moeda chinesa,
esteja exageradamente desvalorizada. O Fundo disse ainda que,
mesmo que o yuan fosse valorizado, não haveria grande impacto
no comércio mundial.
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