UOL


São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com redução, o custo do cheque especial cai para 172,72% ao ano

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Logo após o anúncio do governo sobre a queda na Selic, bancos e redes de varejo começaram a informar o mercado sobre ligeiras reduções nos juros ao consumidor. Levantamento da Anefac, associação dos executivos de finanças, mostra que a queda consecutiva nos juros -que ocorre há meses- gerou certa economia para o bolso do consumidor.
Uma análise a médio prazo mostra que, se há quatro meses o cliente de banco pagava, em média, R$ 65,27 em juros pelo uso da linha de cheque especial -no valor de R$ 1.000- durante 20 dias, agora ele desembolsa pela mesma linha R$ 58,33.
Essa redução no gasto ocorre porque, com a queda seguida na taxa básica (Selic), o mercado financeiro passou a cobrar um pouco menos pelos seus serviços e linhas de crédito.
Portanto, a taxa de juros média no cheque especial passou de 9,79% em julho para 8,83% em outubro e atingiu 8,72% em novembro, depois da queda de ontem. Ao ano, ficará em 172,72% (ver quadro ao lado).
Há outro exemplo: em julho o comércio cobrava, em média, juros de 6,73% ao mês para a compra de um aparelho de som de R$ 800, financiado em 12 vezes. Cada parcela saía por R$ 99,28 na época. Mas desde então os juros ao consumidor só caem.
Portanto, com a redução na taxa básica (Selic) anunciada ontem, a taxa média atingiu 6% e o mesmo aparelho de som custará 12 parcelas de R$ 95,84.
Os dados fazem parte de um levantamento da Anefac apresentado ontem, que leva em conta uma estimativa de taxas cobradas, em geral, nos bancos e no comércio.
A Anefac alerta, no entanto, que as taxas de juros cobradas ainda estão elevadas e a redução nos gastos do consumidor, com as recentes quedas, é tímida.
"Esperávamos na reunião do Copom uma redução de até dois pontos percentuais na Selic, que cairia para 17% ao ano. Isso motivaria maiores quedas nas taxas", afirma Oiram Corrêa, economista da Fecomercio.

Custo para empresas
Segundo a Anefac, também é possível verificar uma ligeira redução nas taxas cobradas às empresas. A taxa média paga pelas pessoas jurídicas passou de 73,52% ao ano para 71,35% agora.
Para obter capital de giro, por exemplo, em julho as companhias pagavam uma taxa de 4,57% ao mês. Com a queda na Selic ontem, os juros cobrados para obter capital de giro caíram para 4,17%.
Bancos públicos e instituições financeiras privadas, além de uma loja de varejo, anunciaram queda nos juros ontem.
No Bradesco, no caso de pessoas físicas, os juros do cheque especial caíram de 8,29% a 3,08% (taxas máxima e mínima) para de 8,18% a 3,04%.
No varejo, a Arapuã decidiu reduzir a taxa de juros do cartão de crédito de 2,5% para 1,99% ao mês, nos planos em até 12 pagamentos, exceto para móveis e telefones celulares.


Texto Anterior: Receita gradual?: BC surpreende e corta juros em 1,5 ponto
Próximo Texto: Apesar do corte acima do esperado, taxa real ainda é a maior do mundo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.