|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IPCA-15 fecha o ano com alta de 12%
ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE
A inflação até a primeira quinzena de dezembro não deu trégua
ao bolso do consumidor. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) de dezembro, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
apontou alta de 3,05%.
Foi a maior taxa para o indicador desde o início do Plano Real.
O índice é o mais elevado desde
julho de 1994, quando chegou a
5,21%. Em 2002, a inflação acumulada pelo IPCA-15 alcançou
11,99%. Em 2001, a taxa anual havia sido de 7,51%.
Embora os preços no atacado já
dêem sinais de desaceleração, os
aumentos ocorridos anteriormente continuam a ser repassados para o consumidor. Em novembro, o IPCA-15 já havia registrado uma inflação num patamar
elevado, de 2,08%.
Metodologia
A taxa do IPCA-15 é um indicador antecedente do IPCA -índice utilizado pelo BC (Banco Central) no sistema de metas de inflação-, pois a metodologia adotada para apurar os dois índices é a
mesma.
A única diferença se refere ao
período da coleta de preços. Enquanto o IPCA-15 é calculado entre a primeira quinzena do mês
anterior e a segunda quinzena do
mês de referência, o IPCA é calculado durante todo o próprio mês
de referência.
Os alimentos foram os maiores
vilões da inflação em 2002 por
conta do efeito da desvalorização
cambial sobre os preços. A alta no
ano chegou a 18,11%, segundo o
IPCA-15.
As maiores pressões foram registradas pelos produtos derivados de commodities agrícolas, como a farinha de trigo, que subiu
73,14% em 2002. Como as commodities têm cotação internacional, a alta do dólar causou o aumento dos preços em real.
Também registraram fortes subidas de preço no ano o óleo de
soja, (69,06%), o açúcar refinado
(61,77%), o açúcar cristal
(48,79%), o macarrão (34,87%), o
pão francês (36,03%), o fubá
(34,51%) e o arroz (32,61%).
Já os produtos não-alimentícios
subiram 10,24% em 2002, puxados pelos aumentos das passagens aéreas (53,73%), gás de cozinha (44,90%), álcool combustível
(31,75%), energia elétrica
(19,98%), gasolina (12,66%), telefone fixo (11,94%) e ônibus urbano (11,36%).
O IPCA-15 acompanha o comportamento dos preços dos produtos consumidos pelas famílias
com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos.
Abrange as regiões metropolitanas do Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
Texto Anterior: Fundo aceita inflação maior em 2003 Próximo Texto: Mercado financeiro: Dólar cai para o menor valor em 3 meses Índice
|