São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 2002

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IPCA-15 fecha o ano com alta de 12%

ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE

A inflação até a primeira quinzena de dezembro não deu trégua ao bolso do consumidor. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) de dezembro, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou alta de 3,05%.
Foi a maior taxa para o indicador desde o início do Plano Real. O índice é o mais elevado desde julho de 1994, quando chegou a 5,21%. Em 2002, a inflação acumulada pelo IPCA-15 alcançou 11,99%. Em 2001, a taxa anual havia sido de 7,51%.
Embora os preços no atacado já dêem sinais de desaceleração, os aumentos ocorridos anteriormente continuam a ser repassados para o consumidor. Em novembro, o IPCA-15 já havia registrado uma inflação num patamar elevado, de 2,08%.

Metodologia
A taxa do IPCA-15 é um indicador antecedente do IPCA -índice utilizado pelo BC (Banco Central) no sistema de metas de inflação-, pois a metodologia adotada para apurar os dois índices é a mesma.
A única diferença se refere ao período da coleta de preços. Enquanto o IPCA-15 é calculado entre a primeira quinzena do mês anterior e a segunda quinzena do mês de referência, o IPCA é calculado durante todo o próprio mês de referência.
Os alimentos foram os maiores vilões da inflação em 2002 por conta do efeito da desvalorização cambial sobre os preços. A alta no ano chegou a 18,11%, segundo o IPCA-15.
As maiores pressões foram registradas pelos produtos derivados de commodities agrícolas, como a farinha de trigo, que subiu 73,14% em 2002. Como as commodities têm cotação internacional, a alta do dólar causou o aumento dos preços em real.
Também registraram fortes subidas de preço no ano o óleo de soja, (69,06%), o açúcar refinado (61,77%), o açúcar cristal (48,79%), o macarrão (34,87%), o pão francês (36,03%), o fubá (34,51%) e o arroz (32,61%).
Já os produtos não-alimentícios subiram 10,24% em 2002, puxados pelos aumentos das passagens aéreas (53,73%), gás de cozinha (44,90%), álcool combustível (31,75%), energia elétrica (19,98%), gasolina (12,66%), telefone fixo (11,94%) e ônibus urbano (11,36%).
O IPCA-15 acompanha o comportamento dos preços dos produtos consumidos pelas famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos.
Abrange as regiões metropolitanas do Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.


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