DA FOLHA ONLINE

A Petrobras, gigante do setor petrolífero e maior empresa do país, decidiu adiar a distribuição de R$ 500 milhões em debêntures (títulos de dívida corporativa), iniciada na última segunda-feira.
Os títulos seriam remunerados pela variação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) mais uma taxa de juros entre 9,4% e 9,8% ao ano.
Os papéis foram lançados nesta semana e poderiam ser adquiridos até o dia 30 de dezembro. Seriam colocados no mercado de varejo (para pessoas físicas) R$ 200 milhões em debêntures, o que corresponde a 40% da emissão total de R$ 500 milhões.
Seria também a primeira vez que uma empresa faria uma colocação de debêntures para o mercado de varejo.
A companhia afirmou que a decisão de adiar a colocação de papéis foi motivada pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar os juros de 22% para 25% ao ano, anunciada anteontem.
A elevação da taxa básica de juros foi uma decisão tomada pelo Banco Central para tentar conter o avanço dos índices de inflação.
A estatal disse que o aumento da taxa de juros pode provocar reflexos nos mercados de títulos indexados ao IGP-M. Ou seja, os títulos podem render menos do que o esperado, tornando menos atrativos os papéis da Petrobras.

O que são
A continuidade da distribuição das debêntures será decidida "oportunamente, tão logo as condições de mercado mostrem-se adequadas aos interesses de captação", disse, por nota, a companhia. Os pedidos de reserva podem ser cancelados.
As debêntures são títulos de dívida de empresas interessadas em captar recursos no mercado a taxas inferiores às praticadas pelos bancos. Para o investidor, representam uma aplicação de renda fixa, por prazo predeterminado.