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Governo tailandês recua após queda recorde na Bolsa
Medida previa retenção durante um ano de 30% do capital de investidor estrangeiro usado na compra de ações no país
Bolsa de Bancoc tem pior resultado desde a crise asiática, de 1997; intenção da medida era conter a valorização da moeda local
Efe
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Corretora de Hong Kong imprime cotação; a Bolsa de Bancoc fechou em queda de 15% ontem |
DA REDAÇÃO
Não duraram 24 horas as medidas do governo militar da
Tailândia para controlar a valorização do baht, a moeda local.
Por volta das 20h de ontem
(hora local), o ministro das Finanças, Pridiyathorn Devakula, revogou -após a Bolsa local
cair 15% no primeiro dia de sua
vigência- a decisão que controlava o capital estrangeiro no
mercado de ações.
"Essa foi uma lição que mostra que medidas que foram
bem-sucedidas em outros países devem ser analisadas totalmente [antes de sua implementação]", disse Devakula, um
respeitado economista que era
o presidente do banco central
antes do golpe de setembro.
Porém, permanecerá a parte
do pacote que trata do controle
de investimentos estrangeiros
em títulos e papéis comerciais.
A intenção do governo ao reter o capital estrangeiro era reduzir a entrada do capital especulativo e conter a valorização
do baht. Segundo o Banco da
Tailândia (o BC local), US$ 950
milhões em capital especulativo entraram no país na primeira semana de dezembro -a média semanal de novembro foi de
US$ 300 milhões. Com o grande fluxo, a cotação da moeda
americana despencou.
Na segunda-feira, a moeda
tailandesa atingiu seu maior nível em nove anos em relação ao
dólar: US$ 1 valia 35,09 bahts.
Nos últimos três anos, ela se valorizou 20% em relação à moeda americana -7% só nos três
últimos meses. Após a medida,
a valorização aparentemente
foi contida, e o dólar terminou a
terça cotado a 35,93 bahts.
O temor do governo é que a
valorização da moeda local prejudique as exportações do país,
já que os produtos terão preços
menos competitivos no exterior -o que poderia reprimir o
crescimento econômico. A previsão é que o PIB (Produto Interno Bruto) tailandês cresça
mais de 5% neste ano, contra
4,5% em 2005.
Medida do governo
A medida tomada pelo governo tailandês significava, na prática, que, a cada US$ 100 mil
trazidos para o país por investidores estrangeiros, apenas US$
70 mil poderiam ser usados na
compra de títulos e ações. O
restante do dinheiro, US$ 30
mil, ficaria retido pelo banco
central durante um ano -sem
correção. Caso o investidor decidisse retirar o montante antes de um ano, ele só receberia
dois terços da quantia.
Com isso, houve uma fuga do
capital não-tailandês. Os estrangeiros, que possuem cerca
de 30% das ações vendidas na
Bolsa de Bancoc (US$ 50 bilhões), venderam ontem aproximadamente US$ 600 milhões em ações.
Apesar de a decisão ter sido
revogada, vários investidores já
disseram que o mercado não
deve se recuperar rapidamente. Devakula, porém, disse acreditar em um cenário diferente.
"Como nós alteramos [a medida] um dia após a sua implementação, não foi tarde demais. O mercado de ações voltará ao normal, e o restante da
economia está em boa forma."
Queda na Bolsa
A queda na Bolsa tailandesa
foi a maior desde a crise asiática, em 1997. Ela suspendeu
suas operações por uma hora e
meia ainda pela manhã depois
que houve uma queda de 10%
-a primeira vez em que essa
medida é tomada desde sua
criação, há 31 anos. A Bolsa chegou a recuar até 18%, mas se recuperou antes do final do pregão. Um investidor chegou a
classificar o cenário como "um
banho de sangue". As autoridades disseram que haveria uma
nova interrupção, caso a Bolsa
chegasse a cair 20%.
Com agências internacionais
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