São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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memória

Em 1997, crise na Ásia atingiu emergentes

DA REDAÇÃO

Em 1997, países do Sudeste e Nordeste asiático enfrentaram crise financeira que desvalorizou fortemente suas moedas, derrubou suas Bolsas de Valores, interrompeu o crescimento econômico e se estendeu ao plano político, com a queda de governos. Nos anos seguintes, contaminou outros países emergentes, como Rússia, Brasil e Argentina, tornando-se a primeira crise da era das finanças globais.
O fenômeno foi disparado por processo de fuga de capital e deflação de ativos financeiros das economias da região. Iniciando-se na Tailândia, na Malásia, na Indonésia e nas Filipinas, suas repercussões adquiriram amplitude global quando incorporou Coréia do Sul e Hong Kong.
Uma das causas da crise de confiança foi o endividamento excessivo do setor privado e a incapacidade do setor financeiro de recuperar boa parte dos empréstimos concedidos.
De janeiro a dezembro de 1997, grandes empresas, endividadas, abriram falência, e companhias financeiras tiveram atividades suspensas por falta de liquidez. Governos aumentaram as taxas de juros, usaram reservas internacionais para evitar maior desvalorização cambial e pediram empréstimos ao FMI, que aprovou pacotes de ajuda financeira. Ao final, as moedas dos tigres asiáticos foram desvalorizadas em relação ao dólar, com exceção de Hong Kong, onde a depreciação foi evitada a alto custo.

Brasil
Nos anos 90, no Brasil, as autoridades monetárias deixaram entrar crescentes quantias de capital estrangeiro sem controle, o que aumentou o endividamento externo do país. O déficit em transações correntes era considerado elevado: 3,74% do PIB, o que indicava dependência em relação aos capitais estrangeiros e vulnerabilidade a crises internacionais.
O ataque especulativo levou a um aumento das taxas de juros e de desemprego. A fuga de capitais e a ameaça de colapso cambial, em fins de 1998, levaram o país a emprestar US$ 40 bilhões do FMI para restabelecer o financiamento externo.
O Banco Central interveio nos mercados futuros de dólar para tentar defender o câmbio, gastando reais. Na primeira vez, deu certo. Mas, após a crise da Rússia, em 1998, a tentativa de operar o mercado de câmbio falhou e o país perdeu recursos.


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