São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003 |
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Saldo negativo de US$ 435,2 bi na balança comercial é o maior da história e equivale ao PIB brasileiro EUA têm um "Brasil" de déficit em 2002
DA REDAÇÃO O déficit da balança comercial e de serviços dos EUA cresceu 21,5% no ano passado em relação a 2001. O saldo nas transações do país com o exterior ficou negativo em US$ 435,2 bilhões (valor equivalente ao PIB brasileiro), o pior resultado da história. O desequilíbrio se acentuou porque as importações americanas cresceram mais do que as exportações. "Bem-vindo ao Gran Canyon dos déficit comerciais", ironizou Joel Naroff, economista-chefe da Naroff Economic Advisors. "O acentuado crescimento [no déficit" foi surpreendente. Enquanto nós [os americanos" continuamos a comprar tudo o que pode ser carregado do mundo, nossos parceiros comerciais não têm correspondido." Os déficits bilaterais com a China, com a Europa e até mesmo com a América Latina também atingiram os maiores valores da história. Os chineses roubaram dos japoneses o posto de terceiro maior exportador aos EUA, atrás do Canadá e do México. Para os economistas, o déficit deverá permanecer em torno de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) durante todo o ano. Isso deverá fragilizar ainda mais o dólar. Os EUA precisam receber US$ 1,5 bilhão em investimentos por dia para financiar o buraco nas contas sem que sua moeda perca valor. Somente em dezembro, o saldo ficou negativo em US$ 44,2 bilhões, o maior valor já registrado para um único mês. Houve um avanço de 10,6% na comparação com novembro do ano passado. Em um sinal de que, mesmo em debilidade, os EUA estão em melhor situação do que seus parceiros, as importações do país tiveram uma alta de 1,7% em dezembro, enquanto as exportações recuaram 2,6%. A maior queda nas vendas ao exterior foi na categoria de bens de produção, o que indica menos investimentos em máquinas nos outros países. "Isso mostra não apenas que a economia global não está se recuperando mas que ela está enfraquecendo", afirmou Mark Vitner, economista sênior da corretora Wachovia Securities. Apenas com a China, os EUA tiveram um déficit de US$ 103 bilhões no ano passado. Para reduzir o desequilíbrio, autoridades norte-americanas pressionam o governo chinês para que o país relaxe o controle de sua moeda, o yuan, e adote o câmbio flutuante. Com agências internacionais Texto Anterior: Ameaça ao império: Indicadores expõem fragilidade dos EUA Próximo Texto: Bush pede que Congresso aprove corte de imposto Índice |
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