|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TECNOLOGIA
Governo sugere acordo com China e Argentina para desenvolver sistema
Brasil propõe TV digital própria
DE BUENOS AIRES
O Brasil propôs aos governos
da Argentina e da China um acordo de cooperação para que os três
países desenvolvam um sistema
próprio de televisão digital. O ministro de Ciência e Tecnologia
brasileiro, Roberto Amaral, fez a
proposta ontem ao presidente argentino, Eduardo Duhalde, durante visita oficial ao país.
Com o projeto, elaborado pelo
Ministério das Comunicações, o
Brasil desistiria de optar por um
dos padrões hoje disponíveis: o
japonês, o americano e o europeu.
Até o final do ano passado, o debate a respeito da TV digital era
sobre qual dos sistemas era mais
apropriado para o Brasil e que tipo de vantagens cada um traria.
O ministro disse que o governo
já iniciou os contatos com a China
também. A intenção é concentrar
recursos e iniciar pesquisas conjuntas para desenvolver um padrão único para os três países.
"As negociações começaram
agora, e não temos idéia ainda de
quanto tempo vão durar", disse
Francelino Lamy Grando, secretário de Política de Informática e
Tecnologia. Ele, no entanto, afirma que os três países têm todos os
recursos e tecnologia necessários
para abrir mão da tecnologia importada dos outros três sistemas
existentes.
"Um problema que poderia ser
apontado seria a falta de mercado" disse Grando, ao explicar que
uma das barreiras para fazer um
sistema próprio seria a falta de um
número significativo de consumidores para justificar os investimentos. Mas, segundo Grando,
um acordo com a Argentina e a
China criaria o maior mercado
mundial em termos de padrão de
transmissão de TV digital. "Seriam 200 milhões de residências."
Ele nega que a espera pelo desenvolvimento de tecnologia própria pode deixar o Brasil "atrasado" em relação aos demais países
e diz que todos os três sistemas
disponíveis têm características
que não seriam adequadas para o
caso brasileiro.
"O sistema norte-americano foi
construído para um país que está
todo interligado por cabos. O europeu, para atender toda a diversidade que exigem as diversas comunidades da região. O japonês é
baseado em satélites", disse.
Segundo Grando, Brasil, Argentina e China têm hoje infra-estruturas semelhantes de transmissão
de sinais de TV: sistemas de antenas e transmissão de longa distância. "Essas semelhanças podem
ajudar-nos a desenvolver um padrão adequado para essas características", avalia.
Texto Anterior: Opinião econômica: Pau que nasce torto morre torto! Próximo Texto: Telefonia celular: Oi negocia a compra da BCP para entrar em SP Índice
|