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São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

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TECNOLOGIA

Governo sugere acordo com China e Argentina para desenvolver sistema

Brasil propõe TV digital própria

DE BUENOS AIRES

O Brasil propôs aos governos da Argentina e da China um acordo de cooperação para que os três países desenvolvam um sistema próprio de televisão digital. O ministro de Ciência e Tecnologia brasileiro, Roberto Amaral, fez a proposta ontem ao presidente argentino, Eduardo Duhalde, durante visita oficial ao país.
Com o projeto, elaborado pelo Ministério das Comunicações, o Brasil desistiria de optar por um dos padrões hoje disponíveis: o japonês, o americano e o europeu. Até o final do ano passado, o debate a respeito da TV digital era sobre qual dos sistemas era mais apropriado para o Brasil e que tipo de vantagens cada um traria.
O ministro disse que o governo já iniciou os contatos com a China também. A intenção é concentrar recursos e iniciar pesquisas conjuntas para desenvolver um padrão único para os três países.
"As negociações começaram agora, e não temos idéia ainda de quanto tempo vão durar", disse Francelino Lamy Grando, secretário de Política de Informática e Tecnologia. Ele, no entanto, afirma que os três países têm todos os recursos e tecnologia necessários para abrir mão da tecnologia importada dos outros três sistemas existentes.
"Um problema que poderia ser apontado seria a falta de mercado" disse Grando, ao explicar que uma das barreiras para fazer um sistema próprio seria a falta de um número significativo de consumidores para justificar os investimentos. Mas, segundo Grando, um acordo com a Argentina e a China criaria o maior mercado mundial em termos de padrão de transmissão de TV digital. "Seriam 200 milhões de residências."
Ele nega que a espera pelo desenvolvimento de tecnologia própria pode deixar o Brasil "atrasado" em relação aos demais países e diz que todos os três sistemas disponíveis têm características que não seriam adequadas para o caso brasileiro.
"O sistema norte-americano foi construído para um país que está todo interligado por cabos. O europeu, para atender toda a diversidade que exigem as diversas comunidades da região. O japonês é baseado em satélites", disse.
Segundo Grando, Brasil, Argentina e China têm hoje infra-estruturas semelhantes de transmissão de sinais de TV: sistemas de antenas e transmissão de longa distância. "Essas semelhanças podem ajudar-nos a desenvolver um padrão adequado para essas características", avalia.


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