São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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DINHEIRO PERMANECE CARO

Sem nova queda da Selic, instituições cobraram as mesmas taxas para crédito em janeiro

Bancos mantêm juros estáveis, mas altos

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As taxas de juros anuais praticadas pelos bancos mantiveram-se estáveis ou sofreram ligeira redução em janeiro, apesar de o Banco Central ter interrompido a trajetória de queda do juro básico (Selic) no mês passado.
A variação, porém, foi pequena e o preço do dinheiro ainda continua "elevadíssimo", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros variou em pouco mais de um ponto percentual, diminuindo de 66,6% para 65,4% -a menor média desde os 63,5% de março de 2001.
Os juros permaneceram estáveis para pessoas jurídicas. A variação de dezembro para janeiro foi de 30,2% para 30,1%. O percentual de inadimplência entre as empresas caiu de 4% para 3,9%, enquanto entre as pessoas físicas houve pequeno aumento -de 13,8% para 14,1%.
De acordo com Lopes, a estabilidade na taxa de inadimplência permitiu uma pequena redução na cobrança do "spread" (diferença entre o custo que os bancos pagam para captar dinheiro no mercado e a taxa cobrada dos clientes) de 14,4% para 14,3% no caso de pessoas jurídicas e de 50,8% para 50,0% nas operações de crédito para pessoas físicas.
Em janeiro, os juros médios cobrados pelos bancos no cheque especial, os mais caros do mercado, ficaram em 143,5% ao ano, uma pequena queda em relação aos 144,6% de dezembro. Os juros para o crédito pessoal e para aquisição de veículos também diminuíram, de 80,3% para 79,1% e de 36,9% para 36,1%, respectivamente.

Fevereiro
Os dados parciais deste mês confirmam que a interrupção da queda da Selic não causou pressão para o aumento dos juros no mercado. Até o dia 9, as médias dos juros para pessoas jurídicas e físicas ficaram em 30,2% e 64,8%, respectivamente.
O uso do cheque especial voltou a ficar um pouco mais barato: 143,3% ao ano. Os juros para crédito pessoal e para financiamento de veículos também diminuíram, respectivamente, para 78,8% e 35,2%.
O volume de crédito diminuiu de R$ 136,1 bilhões em dezembro para R$ 135,1 bilhões em janeiro (pessoas jurídicas) e aumentou de R$ 88,1 bilhões para R$ 89,6 bilhões (pessoas físicas).


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