São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 1998

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POLÍTICA MONETÁRIA
Decisão será tomada na próxima reunião do Copom, no próximo dia 4; taxa está hoje em 34,5%
Juro deve cair para 30% ao ano em março

VALDO CRUZ
Diretor-executivo da Sucursal de Brasília

ALEX RIBEIRO
da Sucursal de Brasília

A taxa de juros básica da economia, a TBC, deve cair para a casa dos 30% anuais no mês de março. Hoje, ela está em 34,5%. A mudança na taxa será definida na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, no dia 4 de março.
A equipe econômica trabalha com a hipótese de promover uma redução ligeiramente superior à anterior, de 3,5 pontos percentuais -a TBC foi reduzida em fevereiro de 38% para 34,5%, uma queda que surpreendeu o mercado, que esperava algo em torno de 35% a 36%.
No mercado, a estimativa para março é de juros entre 29% e 31%.
A TBC (Taxa Básica do BC) é utilizada nos empréstimos do BC aos bancos e, assim, serve de base para os juros cobrados na economia. Quando a TBC sobe, os bancos elevam as taxas cobradas em operações como cheque especial e crédito ao consumidor.
Em outubro do ano passado, o BC dobrou a TBC para evitar um ataque especulativo contra o real. Desde então, a taxa tem caído gradualmente.
O BC tem dois motivos para promover uma redução maior do que a de fevereiro: aumentou a entrada de capital externo no país e a situação das contas públicas está pior do que a esperada pelo próprio governo.
As reservas em dólar do BC devem fechar fevereiro num patamar de US$ 56 bilhões a US$ 57 bilhões. A Merrill Lynch chega a apostar que, em três ou quatro meses, as reservas devem estar entre US$ 60 bilhões, nível anterior à crise asiática, e US$ 65 bilhões.
Neste mês (até anteontem), o BC registra entrada líquida de US$ 5,653 bilhões no mercado de câmbio de taxas livres.
Se o ingresso se mantiver até o final do mês, será um volume recorde, considerando-se os números dos dois últimos anos.
O mercado de taxas livres é dividido em dois segmentos: o de comércio exterior e o financeiro.
No segmento de comércio exterior, são contabilizados os dólares que as exportadores trazem ao país e os recursos enviados ao exterior pelos importadores.
Até anteontem, o movimento das exportações superava as importações em US$ 894 milhões.
A parte mais significativa dos dólares está entrando pelo segmento financeiro, que contabiliza os investimentos estrangeiros em produção, as aplicações em Bolsa e as captações de empresas brasileiras no exterior, entre outros.
Até anteontem, o ingresso de dólares no segmento financeiro superava a saída em US$ 4,759 bilhões. O valor representa 27% do ingresso de todo o ano de 97.



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