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CRISE NA ÁSIA
Países receberão ajuda
Novo pacote
não anima
o Japão
MARCIO AITH
de Tóquio
O partido liberal-democrata japonês, do primeiro-ministro Ryutaro Hashimoto, anunciou ontem
mais um pacote econômico de estímulo à segunda maior economia
do mundo.
É o quarto pacote desde outubro
passado e, da mesma forma que os
anteriores, não entusiasmou o
mercado.
As medidas anunciadas alteram
leis contábeis, de modo a permitir
que os bancos, afogados em créditos de difícil liquidação da ordem
de US$ 700 bilhões, fechem seus
balanços no azul em março.
Os bancos, que já demitiram cerca de 20 mil empregados desde novembro, terão também mais poder para recomprar suas ações (influenciando com isso seu próprio
preço na Bolsa de valores) e aumentar o valor de suas garantias
imobiliárias.
As medidas são vitais para o setor financeiro, que já havia recebido uma espécie de "Proer" (programa de ajuda) de cerca de US$
250 bilhões do governo japonês.
De novidade, o pacote estabelece
ajuda de US$ 2,38 bilhões em empréstimos a serem concedidos pelo Eximbank (Export-Import
Bank of Japan) a países asiáticos
com dificuldades para exportar.
Cerca de US$ 1 bilhão será destinado à Indonésia.
"O propósito da medida é ajudar
a Indonésia a se recuperar da situação de instabilidade econômica", afirmou ontem o ministro da
Indústria e Comércio Exterior japonês, Mitsuo Horiuchi.
Os investidores esperavam mais
do pacote. Eles queriam redução
de impostos, considerando que os
cortes de US$ 16 bilhões anunciados no final do ano passado foram
considerados insuficientes.
Eles achavam também que o pacote traria um estímulo extra à
economia de US$ 47 bilhões, cifra
que chegou a ser divulgada antes
do anúncio oficial.
O Japão vive sua pior crise financeira desde a Segunda Guerra
Mundial, com desemprego recorde para os padrões do país e crescimento próximo de 0%.
O ministro das Finanças, Hikaru
Matsunaka, reconheceu a timidez
do pacote, sugerindo que medidas
mais fortes só poderiam ser anunciadas depois de o orçamento de
98 ser aprovado no Parlamento.
O anúncio do pacote foi feito um
dia antes do encontro dos países
mais industrializados do mundo,
o G-7, que começa hoje em Londres (Inglaterra).
No encontro, o Japão deverá sofrer pressões dos Estados Unidos
para estimular sua economia.
Bolsa
Na Bolsa de Tóquio, o índice
Nikkei, que reúne as principais
ações negociadas, fechou com pequena alta de 0,84%. O índice encerrou a semana com 16.756 pontos, acumulando queda de 0,21%.
A alta foi influenciada pela expectativa de investidores em relação à reunião do G-7. Analistas
avaliam que, na próxima semana,
o Nikkei deverá oscilar entre 16
mil e 17 mil pontos.
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