São Paulo, terça-feira, 21 de abril de 2009

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Pessimismo nos EUA faz Bovespa ter queda de 2,9%

Em NY, recuo chega a 3,5%; dólar sobe para R$ 2,244

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O clima negativo em Wall Street pesou sobre o mercado doméstico. Na esteira das perdas sofridas pelas ações norte-americanas, a Bovespa desceu 2,94%, a 44.433 pontos.
O dólar seguiu o mesmo rumo e, após apreciação de 2,28% diante do real, encerrou vendido a R$ 2,244. Foi a maior alta diária da moeda desde o começo de março. Como hoje o mercado local estará fechado, devido ao feriado de Tiradentes, os investidores procuraram comprar dólares como forma de se proteger de novas notícias desanimadoras nos EUA.
O índice Dow Jones fechou com baixa de 3,56%, com todas as 30 ações norte-americanas que o compõem em queda. A Nasdaq recuou 3,88%.
Apesar do lucro elevado registrado, o resultado do Bank of America reaqueceu as preocupações com o sistema bancário. O aumento das provisões para devedores duvidosos trouxe incertezas em relação à qualidade do crédito cedido pela instituição financeira. As ações do banco caíram 24,34%, arrastando outros papéis do setor -Citigroup perdeu 19,45%, e JPMorgan Chase, 10,73%.
"A fraqueza dos indicadores antecedentes americanos divulgados hoje [ontem] colaborou para que os investidores iniciassem um processo de realização de lucros. As Bolsas têm subido fortemente neste mês, e sinais menos animadores acabam levando os investidores a se desfazerem das ações para embolsar os ganhos", afirma André Perfeito, economista da Gradual Investimentos.
Os indicadores antecedentes sinalizam as tendências para a economia norte-americana nos próximos três a seis meses. Em março, esses indicadores registraram recuo de 0,3%; em fevereiro, a retração havia sido de 0,2%. Essa fraqueza da maior economia do mundo afetou os preços do petróleo. Em Nova York, o barril do produto teve queda elevada, de 8,84%, para ser cotado a US$ 45,88.
No mercado doméstico, a queda do petróleo se refletiu no desempenho das ações da Petrobras, que recuaram 2,43% (PN) e 3,07% (ON).
O enfraquecimento das commodities no exterior prejudicou também os papéis das empresas de siderurgia e mineração. A ação PNA da Vale recuou 2,24%. Para Usiminas PNA, a queda foi ainda mais expressiva, de 4,86%. Já CSN ON teve baixa de 4,37%.
Os bancos brasileiros seguiram o rumo de seus pares internacionais e encerraram as operações com perdas. A ação preferencial do Bradesco caiu 4,19%; Itaú Unibanco PN recuou 3,60%; e BB ON, 2,22%.
A Bovespa operou ontem no vermelho durante todo o pregão. Nos últimos dois pregões, a Bolsa caiu 3,46% -mas mantém valorização ainda elevada no mês, de 8,57%.
Entre as maiores baixas do dia, ficaram as ações ON da Gafisa, que recuaram 5,85%. O Bank of America divulgou análise em que afirma que a Gafisa deverá ser obrigada a quitar antecipadamente R$ 240 milhões em notas com vencimento em 2011, devido ao aumento de seu endividamento, segundo informação da Bloomberg.

Oscilação dos juros
No pregão da BM&F, os juros abriram o dia com fortes altas, em resposta à entrevista do presidente do BC, Henrique Meirelles, à Folha, na qual afirmou ser "prematuro" para dizer se a economia reúne condições para conviver com uma taxa de um dígito.
No contrato de juros que vence na virada do ano, a taxa abriu a 10,01%, tendo encerrado na sexta-feira a 9,89%. No fim do pregão, a taxa voltou a recuar e terminou a 9,91%.


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