|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pessimismo nos EUA faz Bovespa ter queda de 2,9%
Em NY, recuo chega a 3,5%; dólar sobe para R$ 2,244
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O clima negativo em Wall
Street pesou sobre o mercado
doméstico. Na esteira das perdas sofridas pelas ações norte-americanas, a Bovespa desceu
2,94%, a 44.433 pontos.
O dólar seguiu o mesmo rumo e, após apreciação de 2,28%
diante do real, encerrou vendido a R$ 2,244. Foi a maior alta
diária da moeda desde o começo de março. Como hoje o mercado local estará fechado, devido ao feriado de Tiradentes, os
investidores procuraram comprar dólares como forma de se
proteger de novas notícias desanimadoras nos EUA.
O índice Dow Jones fechou
com baixa de 3,56%, com todas
as 30 ações norte-americanas
que o compõem em queda. A
Nasdaq recuou 3,88%.
Apesar do lucro elevado registrado, o resultado do Bank of
America reaqueceu as preocupações com o sistema bancário.
O aumento das provisões para
devedores duvidosos trouxe incertezas em relação à qualidade
do crédito cedido pela instituição financeira. As ações do banco caíram 24,34%, arrastando
outros papéis do setor -Citigroup perdeu 19,45%, e JPMorgan Chase, 10,73%.
"A fraqueza dos indicadores
antecedentes americanos divulgados hoje [ontem] colaborou para que os investidores
iniciassem um processo de realização de lucros. As Bolsas têm
subido fortemente neste mês, e
sinais menos animadores acabam levando os investidores a
se desfazerem das ações para
embolsar os ganhos", afirma
André Perfeito, economista da
Gradual Investimentos.
Os indicadores antecedentes
sinalizam as tendências para a
economia norte-americana nos
próximos três a seis meses. Em
março, esses indicadores registraram recuo de 0,3%; em fevereiro, a retração havia sido de
0,2%. Essa fraqueza da maior
economia do mundo afetou os
preços do petróleo. Em Nova
York, o barril do produto teve
queda elevada, de 8,84%, para
ser cotado a US$ 45,88.
No mercado doméstico, a
queda do petróleo se refletiu no
desempenho das ações da Petrobras, que recuaram 2,43%
(PN) e 3,07% (ON).
O enfraquecimento das commodities no exterior prejudicou também os papéis das empresas de siderurgia e mineração. A ação PNA da Vale recuou
2,24%. Para Usiminas PNA, a
queda foi ainda mais expressiva, de 4,86%. Já CSN ON teve
baixa de 4,37%.
Os bancos brasileiros seguiram o rumo de seus pares internacionais e encerraram as operações com perdas. A ação preferencial do Bradesco caiu
4,19%; Itaú Unibanco PN recuou 3,60%; e BB ON, 2,22%.
A Bovespa operou ontem no
vermelho durante todo o pregão. Nos últimos dois pregões, a
Bolsa caiu 3,46% -mas mantém valorização ainda elevada
no mês, de 8,57%.
Entre as maiores baixas do
dia, ficaram as ações ON da Gafisa, que recuaram 5,85%. O
Bank of America divulgou análise em que afirma que a Gafisa
deverá ser obrigada a quitar antecipadamente R$ 240 milhões
em notas com vencimento em
2011, devido ao aumento de seu
endividamento, segundo informação da Bloomberg.
Oscilação dos juros
No pregão da BM&F, os juros
abriram o dia com fortes altas,
em resposta à entrevista do
presidente do BC, Henrique
Meirelles, à Folha, na qual afirmou ser "prematuro" para dizer se a economia reúne condições para conviver com uma
taxa de um dígito.
No contrato de juros que
vence na virada do ano, a taxa
abriu a 10,01%, tendo encerrado na sexta-feira a 9,89%. No
fim do pregão, a taxa voltou a
recuar e terminou a 9,91%.
Texto Anterior: IR - Serviço Folha-IOB: Aproveite o último feriado para acertar as contas com a Receita Próximo Texto: Agrofolha Sojicultor banca fatia maior da produção Índice
|