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Não há "gordura
para queimar",
afirma Dutra
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
O presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, afirmou em Nova
York discordar de "algumas análises" que defendem que a empresa "construiu um colchão" no ano
passado, ao não reduzir os preços
internos após baixa no mercado
internacional, e que agora teria
"gordura para queimar".
Segundo essas análises, o "colchão" permitiria que os preços do
mercado brasileiro de derivados
de petróleo não acompanhassem
agora os internacionais, caso eles
permaneçam num "novo patamar", acima de US$ 40 o barril.
Segundo Dutra, "a Petrobras
pretende continuar com sua política de preços, coerente com um
regime de mercado aberto",
emendando que, após "40 anos de
controle de preços", há "uma certa inércia cultural no país, que
tem dificuldade de considerar o
petróleo uma commodity como
qualquer outra". As adaptações às
flutuações internacionais, declarou, valem "tanto para cima
quanto para baixo".
Ele reafirmou, no entanto, que a
empresa só fará modificações nos
preços internos se considerar que
a atual alta do preço do petróleo
deve perdurar e "o preço acima de
US$ 40 se consolidar como um
novo patamar internacional".
"Em relação ao diesel, à gasolina
e ao GLP [gás de cozinha], temos
procurado, ao longo do ano,
manter uma aderência do preço
do mercado internacional ao preço do Brasil. O que não significa
que nós repassemos para o consumidor no Brasil, automaticamente, a mesma volatilidade que
tem os produtos no mercado internacional", afirmou.
Dutra declarou não haver "uma
fórmula" para avaliar tal patamar.
"Estamos acompanhando o preço do mercado internacional. Está
acima de US$ 40 há menos de dez
dias. Estamos acompanhando dia
a dia a evolução desses preços e
aguardando para verificar se se
consolida um novo patamar dos
preços do petróleo."
Sobre o suposto "colchão"
construído em 2003 disse que "as
coisas não se dão dessa maneira".
"Ao longo do ano passado, em alguns momentos o preço esteve
acima, o preço esteve abaixo, e ao
longo do ano houve uma certa
aderência entre os dois preços
[internacional e local]", declarou.
O presidente da Petrobras, que
hoje viaja para a China, disse que,
ao analisar a possibilidade de repasses de preços, está pensando
"no interesse dos acionistas".
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