DA REDAÇÃO

Novos indícios da fragilidade econômica norte-americana, juntamente com o clima de desconfiança em relação às corporações dos EUA, continuam a empurrar a cotação do euro. Ontem a moeda comum européia chegou a ser negociada a US$ 0,9646, o maior valor em dois anos, antes de fechar a US$ 0,9638.
Para os analistas, a recente alta do euro se deve mais ao ceticismo em relação aos EUA e a uma diversificação nos investimentos, com a procura por mercados mais estáveis, do que uma confiança no desempenho econômico europeu. Desde o início de fevereiro, o euro subiu 12% ante a divisa norte-americana.
Números divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos EUA revelaram que, em abril, o déficit comercial do país disparou para US$ 35,9 bilhões, o maior rombo já registrado pelos norte-americanos em suas transações com o exterior.
"Foi a catapulta que lançou o euro acima de US$ 0,96", disse Nigel Anderson, estrategista para câmbio da corretora londrina RBS Financial Markets.
Para Anderson, a atual valorização do euro parece mais sólida do que outras ocorridas no passado e tende a durar mais. "Quanto mais longa [a valorização", mais os investidores se sentirão confortáveis em transformar seus ativos para euro, e isso reforça a tendência de alta."
A ampliação do déficit comercial significa que mais dólares estão deixando os EUA, o que deprecia a moeda. Os norte-americanos tradicionalmente vivem com a balança no vermelho, mas, até recentemente, isso era compensado por um grande afluxo de investimentos estrangeiros.
Logo depois de seu lançamento, em janeiro de 1999, o euro atingiu sua maior cotação ante o dólar, US$ 1,18. As moedas e notas foram introduzidas em janeiro passado. Entre os 15 países da União Européia 12 adotam a moeda.



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