São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BEBIDAS

Empregados hoje são 2.290

Kaiser fecha 3 de 13 fábricas e demite 250

DA REPORTAGEM LOCAL

A Kaiser decidiu fechar três de suas 13 fábricas devido ao processo de reestruturação da empresa. Com isso, foram demitidas 250 das 404 pessoas que operavam nas unidades de Getúlio Vargas (RS), Camaçari (BA) e Divinópolis (MG). A Kaiser tem hoje 2.290 funcionários.
Há três meses, a canadense Molson -dona da Bavária- comprou a empresa por US$ 765 milhões. A direção da multinacional informou que "naquele momento, demissões não iriam acontecer", segundo Dan O" Neill, presidente e CEO da Molson Inc. "Ainda não tínhamos um cenário definitivo em relação aos postos de trabalho naquela época. Agora se verificou que era preciso cortar pessoal", diz Augusto César Parada, vice-presidente de operações da Kaiser.
Com a venda da Kaiser para a Molson, a empresa passou a ter 13 fábricas onde eram fabricadas as cervejas Bavária e Kaiser. Como houve sobreposição de unidades, a direção optou pelo fechamento e pela demissão de pessoal.
De acordo com a companhia, não havia sentido, por exemplo, manter duas fábricas no Rio Grande do Sul -Gravataí e Getúlio Vargas. Com o fechamento desta última, a unidade de Gravataí passa a concentrar as operações e a operar com aumento no volume de produção de 18%.
O mesmo acontece em outras regiões do país. Antes da reestruturação, as regiões Norte e Centro-Oeste eram abastecidas pelas unidades de Pacatuba (CE) e Divinópolis (MG). Como a Bavária e a Kaiser passaram a ser produzidas nas duas fábricas, tornou-se pouco competitivo manter duas unidades fazendo o mesmo trabalho. Agora, apenas a fábrica no Ceará continuará a operar.
"Conseguimos atingir, com essas mudanças, um redução de 9% em nossos custos", diz Parada.
A reformulação realizada na Kaiser revela a necessidade de as empresas desse setor cortarem mais gastos para manter certa rentabilidade.
As companhias do setor estão operando com ociosidade elevada, em torno de 30%. Isso em períodos de alta temperatura, quando a venda tende a subir.
A demora na chegada do frio chegou a animar esse setor, mas as vendas de cervejas não deslancharam como se esperava.
"O mercado registra resultados bem inferiores aos do ano passado", diz Parada.
Entre os demitidos, 90% entraram no programa de recolocação de funcionários promovido pela Kaiser. A maioria operava nas linhas de produção da empresa. Uma pequena parte dos empregados foi transferida para as linhas das fábricas que incorporaram a produção das três unidades fechadas. (ADRIANA MATTOS)


Texto Anterior: Energia: AES planeja venda da Eletropaulo
Próximo Texto: Mercado financeiro: Recompra de títulos pelo BC ainda é tímida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.