São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Previ critica proposta para teles

Presidente do fundo diz, no entanto, que separar banda larga não inviabiliza fusão

Caso o negócio entre Oi e BrT se concretize, fundo dos funcionários do BB terá participação de quase 20% na nova operadora


ROBERTO MACHADO
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE

O presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Sérgio Rosa, juntou-se ontem aos que criticam a proposta da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de separar a oferta de serviços de telefonia fixa e de banda larga.
"O negócio [de telecomunicações] é muito dinâmico em termos de tecnologia. É difícil ficar regulando o setor por esse critério. Comercialmente, as operadoras estão cada vez mais oferecendo pacotes integrados de tudo, que é o que o consumidor quer", disse Rosa, no encontro anual de conselheiros da Previ, realizado na Bahia.
A Previ participa do bloco de controle da Brasil Telecom e, caso se concretize a venda da companhia para a Oi, terá uma participação de quase 20% na nova operadora. Hoje, a Previ também conta com participação acionária na Oi -mas a lei impede que o fundo esteja no bloco de controle de duas operadoras ao mesmo tempo.
Na semana passada, a Anatel propôs a desagregação entre telefonia fixa e banda larga. Anteontem, indicou que poderá, ainda, impor limites ou metas para a atuação das operadoras nas regiões em que elas não atuam como concessionárias.
A agência abriu consulta pública para discutir mudanças no Plano Geral de Outorgas, que regulamenta o setor de telefonia no país. A compra da BrT pela Oi depende de mudanças no PGO -e terá também que ser submetida aos órgãos de defesa da concorrência.

Riscos
Apesar de discordar da Anatel, Rosa afirmou que a preocupação da agência é respeitável e discordou do prognóstico do presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, que disse, na semana passada, que a mudança inviabilizaria o negócio.
"Não acredito que isso seja significativo para o negócio dar para trás", afirmou. Sobre as declarações do executivo da Oi, Rosa comentou que ele defende um "modelo de negócio".
O presidente da Previ disse estar "otimista" quanto ao sucesso da operação, que recebeu críticas por ter sido anunciada antes que a legislação fosse modificada. Afirmou que, se o negócio não se concretizar, a BrT vai manter a atual estratégia de atuação. "Os acionistas, por outro lado, vão estudar se procuram outro comprador."
Sobre a multa a ser paga pela Oi à BrT, caso o acordo não saia, Rosa disse que esse é um risco do negócio: "Para obter a promessa de venda feita pelos controladores (da BrT), numa situação em que o cenário não estava aberto para isso, ela [a Oi] correu um risco", disse Rosa, acrescentando que avalia em 99% a probabilidade de que o negócio seja aprovado.
As condições para a efetiva autorização da compra vão ser discutidas pela Anatel no prazo de até 180 dias após a regulamentação da versão atualizada do PGO. As condições propostas pela agência terão de ser referendadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


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