São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000 |
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Terapeuta corta lazer, restaurantes e viagens
FABRICIO VIEIRA DA REPORTAGEM LOCAL A queda na renda do brasileiro registrada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) tem reflexos no dia-a-dia do trabalhador, que, mesmo empregado, não consegue manter o padrão de vida que sempre teve. A terapeuta ocupacional Clarisse Potasz afirma que tem sentido, principalmente no último ano, a deterioração do seu padrão de vida. Antigos hábitos, como almoçar em restaurantes, assistir a concertos e viajar nas férias, não podem ser mantidos como antes. Clarisse continua trabalhando no mesmo lugar, mas diz que a sua renda já não é mais compatível com o nível de vida que mantinha até 98. "Fora o emprego na clínica onde trabalho, passei a ter pacientes particulares." A maior dificuldade para Clarisse é repassar o aumento do custo de vida para os seus clientes. Ela afirma que, nos últimos quatro anos, conseguiu subir o preço da consulta em apenas 10%. A vida cultural da terapeuta foi a primeira a ser afetada. Ela diz que assistia frequentemente a concertos e peças de teatro, mas hoje tem restringido seu lazer ao cinema e à Internet. Clarisse optou por ir morar com o pai, há pouco tempo, como forma de preservar algumas coisas, como a educação da filha de 16 anos. As viagens para o exterior, que chegavam a ser duas por ano, não acontecem desde 98. "Minha filha só foi para Israel, em fevereiro, porque conseguiu uma bolsa de estudos", conta. Texto Anterior: Conjuntura: Renda do brasileiro cai 7,1%, aponta IBGE Próximo Texto: Seis milhões ganham apenas R$ 55 por mês Índice |
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