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A BATALHA DE GÊNOVA
Para Grupo, é preciso evitar que a crise se alastre para outros países
G-7 diz que vai evitar colapso da Argentina
DA REDAÇÃO
Os chefes de Estado dos sete
países mais ricos do mundo se
reuniram ontem em Gênova (Itália) e diagnosticaram que a economia mundial se desaquece
num ritmo mais forte do que o esperado. Para evitar problemas
maiores, como uma nova crise
global, eles se comprometeram a
ajudar a Argentina.
As consequências do desaquecimento são a onda de falências de
empresas que assola o planeta, a
recessão que atinge parte dos países e as crises de confiança pelas
quais passam economias emergentes, incluindo a Argentina.
Mas o chamado G-7 (Grupo dos
Sete) se mostrou otimista. Parte
dos problemas seriam derivados
do desaquecimento da economia
norte-americana, grande parceiro
comercial das demais nações. Ou,
como disse ontem o próprio presidente George W. Bush, os EUA
atingiram o "fundo do poço".
O PIB (Produto Interno Bruto, a
soma das riquezas produzidas)
americano cresceu 1,2% no primeiro trimestre deste ano. No
mesmo período de 2000, a elevação havia sido de 8,3%.
Os líderes, reunidos no Palácio
Ducale (distantes dos conflitos
nas ruas de Gênova), disseram
acreditar que a economia dos
EUA se recupera já a partir do terceiro trimestre. Ressaltaram, em
documento assinado por todos, o
papel importante do Fed, o banco
central norte-americano, no esforço de revitalização econômica.
Neste ano, o Fed cortou em 2,75
pontos percentuais a taxa (que
agora está em 3,75% ao ano).
O mesmo documento demonstra que os países não estão dispostos a assistir passivamente à queda da Argentina. Ele é elogioso
aos esforços que os argentinos e
os turcos (outra economia na corda-bamba) estão empreendendo
para se recuperarem.
"As recentes medidas adotadas
pela Argentina e pela Turquia representam passos positivos para
o reforço dos sistemas bancários e
o saneamento dos orçamentos
nacionais. As instituições financeiras internacionais e os países
do G-7 devem estar dispostos a
ajudar os países para garantir o
acesso constante aos mercados de
capitais", assinala o documento.
Posteriormente, o presidente
francês, Jacques Chirac, afirmou
que os países mais ricos não deixarão a Argentina naufragar.
"Certamente vamos adotar as
medidas necessárias para prevenir a Argentina do colapso", afirmou. Ele ressaltou que não é do
interesse de ninguém que a crise
argentina se alongue.
"Se a Argentina quebrar, não irá
sozinha. Pode desencadear um
processo igual ao que nós vimos
que aconteceu na Tailândia", afirmou, em referência aos problemas que ocasionaram a crise asiática e que castigou os mercados
globais por dois anos. Ninguém
disse concretamente, porém, se
haverá ajuda financeira.
O Japão aproveitou a reunião
para pedir apoio ao conjunto de
reformas estruturais que está implementando. A alegação é que o
país desempenha um importante
papel global e precisa ter apoio
para se recuperar da recessão, que
já dura anos.
Os membros do G-7 discutiram
vários assuntos. Eles se congratularam pelos progressos e prometeram dar continuidade ao programa de perdão das dívidas de
países pobres. Condenaram os
"paraísos fiscais", pedindo mais
fiscalização aos países que permitem lavagem de dinheiro.
O G-7 reúne as economias mais
poderosas entre os países industrializados. Participam EUA, Japão, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Canadá.
Hoje começa a reunião do G-8,
que reúne os mesmos países e
mais a Rússia, que tem grande importância militar.
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