São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002

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GANÂNCIA INFECCIOSA

Escândalos desafiam hegemonia dos EUA

Xerife do mercado americano investiga mais seis megafraudes

Gestor de fundo vai continuar a fugir das Bolsas, revela pesquisa

Mestres da história da finança dizem que mundo crescerá menos

DA REDAÇÃO


A derrocada das Bolsas, a queda do dólar e o risco de contágio da economia "real" ainda podem crescer bastante, a julgar por pesquisa da maior corretora de ações dos EUA e por relatórios de bancos americanos. Pesquisa da Merrill Lynch com administradores de fundos de ações nos EUA revela que 82% deles avaliam que não é hora de ficar nas Bolsas -eles administram US$ 711 bilhões. A agência americana que fiscaliza o mercado investiga 18 grandes empresas. Segundo dois bancos dos EUA, haverá ao menos seis novos escândalos contábeis da magnitude dos que acabaram por levar à quebra empresas como a companhia de energia Enron e ameaçam a dissolução da gigante das comunicações WorldCom.
Dois dos maiores historiadores americanos das finanças globais, Barry Eichengreen e Robert Brenner, concordam em entrevista à Folha que o transe no mercado vai reduzir o crescimento mundial. Mas Eichengreen ressalta os riscos geopolíticos ativados pelo governo de George W. Bush, como uma guerra no Iraque, a possibilidade de um ajuste apenas moderado e um aumento da regulação dos mercados. Brenner, mais pessimista, alerta para um ajuste forte do dólar, uma crise grave para os emergentes e a dimensão da fraude dos lucros nos EUA, que envolveu até Bush -escândalo ignorado pela mídia americana na eleição presidencial de 2000, como relata Harold Evans. Geopolítica também é o tema de artigo do cientista político Immanuel Wallerstein, de Yale, que avalia a ascensão e o declínio da hegemonia dos EUA.


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