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Fundos terão de detalhar informação
IVONE PORTES
SERGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
Os fundos de investimentos terão, a partir de 2005, de enviar aos
seus cotistas extratos mais detalhados com o objetivo de aumentar a transparência do setor e proteger seus aplicadores.
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), no entanto, excluiu
dessa obrigação os populares fundos de ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce -dos trabalhadores que usaram o FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço)
em 2001 e 2002.
Em relação à exclusão dos fundos da Vale e Petrobras das novas
regras, a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimentos) justificou que isso ocorreu
porque essas aplicações possuem
regulamentação própria definida
pela CVM.
A associação admitiu que a
obrigação de emitir extratos mais
detalhados vai aumentar as despesas dos fundos, mas o custo
maior não será repassado para as
taxas cobradas dos cotistas.
Pela nova regra, qualquer alteração nos fundos terá de ser notificada aos investidores por e-mail
ou pelo correio.
Em 2002, a indústria dos fundos
viveu uma crise após o governo
obrigar os gestores a contabilizar
seus ativos pelo seu valor diário
-a chamada marcação a mercado. Na época, houve fuga de recursos com a rentabilidade negativa das cotas.
Segundo o presidente da CVM,
Marcelo Trindade, a intenção é
que o investidor tenha dados suficientes para compreender os produtos financeiros disponíveis no
mercado de capitais.
"Os fundos de FGTS continuam
regidos por uma regulamentação
própria. O ideal seria que realmente a gente conseguisse que o
investidor pudesse, de maneira
clara, comparar todos os produtos. Mas, como os fundos de
FGTS são aqueles nos quais que
você não pode fazer um novo investimento hoje, então não foi
prioridade", explicou.
O patrimônio dos fundos da
Vale e da Petrobras somava até a
última terça-feira cerca de R$ 6 bilhões. O valor é pequeno em relação ao total da indústria (R$ 550,1
bilhões), mas esses fundos concentram principalmente pequenos investidores -muitos aplicando pela primeira vez suas economias em um produto diferente
da tradicional poupança.
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