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MERCADO TENSO
País põe em dúvida o pagamento de bradies no valor de US$ 93,5 mi; papéis da dívida caem 11,4%
Equador acena com moratória externa
das agências internacionais
O governo do Equador anunciou ontem que "está procurando
alternativas" para o pagamento
de títulos da dívida no valor de
US$ 93,5 milhões que vencem no
próximo dia 31.
O anúncio foi interpretado pelos investidores como sinal de
moratória da dívida externa do
país, que totaliza US$ 13 bilhões.
O temor de que o país não cumpra seus compromissos externos
fez os bônus equatorianos recuar
pelo segundo dia consecutivo, ontem. Os bradies equatorianos
-títulos da dívida externa renegociados- recuaram 11,4%.
O presidente Jamil Mahuad
procurou acalmar os investidores
afirmando que não vai decretar
moratória unilateralmente.
Mahuad disse que está esperando o retorno da ministra das Finanças, Ana Lucia Armijos, que
está em Washington (EUA), para
avaliar as melhores alternativas
para honrar os compromissos.
Se o Equador declarar moratória, será o primeiro país a deixar
de pagar a dívida externa desde a
moratória da Rússia, em agosto
do ano passado.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou ontem que
vai enviar uma missão entre hoje
e amanhã para acompanhar a situação e concluir o programa econômico acertado com o país.
O programa, de acordo com o
Fundo, irá apoiar "de forma mais
abrangente possível" os esforços
do governo equatoriano em honrar suas dívidas.
O pacote apresentado pelo governo visa a obtenção de um empréstimo de US$ 400 milhões ao
longo de 18 meses.
A ajuda do FMI é considerada
essencial para restabelecer a confiança dos investidores no país,
que enfrenta sua pior crise em 40
anos.
Nem a recuperação dos preços
do petróleo, principal produto exportado pelo país, está conseguindo tirar o Equador da recessão.
O governo, em meio à crescente
insatisfação popular, encontra dificuldades para aprovar medidas
para reduzir o déficit orçamentário. Mais de 60% da população está em situação de desemprego ou
subemprego. A inflação atinge
50% anuais, e a estimativa oficial é
de retração de 7% na economia
neste ano.
Na tentativa de sair da crise, o
Equador abandonou em fevereiro
os esforços para defender a moeda local, o sucre, e passou a adotar
a livre flutuação do câmbio.
A medida foi tomada para deter
a maciça saída de reservas internacionais, que hoje estão em torno de US$ 1,4 bilhão.
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