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Cresce risco de bancos argentinos
ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires
A agência de qualificação de risco Moody's colocou em observação 12 bancos argentinos e os títulos da dívida externa de longo
prazo do país.
A decisão significa que a agência está considerando possível rebaixar a nota dessas instituições e
dos bônus argentinos.
A Moody's afirmou que a dificuldade de acesso ao financiamento externo, que deverá continuar pelos próximos meses, justifica o prognóstico negativo.
Desde do final de abril, o prêmio cobrado pelos investidores
para comprar títulos argentinos
aumentou 40%, estando agora
cerca de dez pontos percentuais
acima dos juros dos títulos do tesouro norte-americano.
No início de julho, a agência já
havia colocado em observação a
qualificação do país, usando a
mesma justificativa. Na ocasião, o
relatório da Moody's previa a piora das contas públicas e aumento
das taxas de juros para o país,
com o aprofundamento da recessão.
Entre os 12 bancos listados, encontram-se as cinco maiores instituições do país: La Nacion, Banco Francês, Banco da Província de
Buenos Aires, Banco Galícia e o
Rio de La Plata.
Segundo o diretor-executivo do
Bozano, Simonsen, Luiz Pretti, a
decisão de observar os bancos é
consequência lógica do prognóstico negativo para o próprio país.
"Se a Argentina está em observação, as instituições financeiras do
país também precisam ser analisadas", afirmou Pretti.
Na opinião de Carlos Pérez, diretor-executivo da consultora
Fundação Capital, a decisão da
Moody's não é surpresa. "O aumento do risco país, refletido na
alta dos juros, indicava que o
anúncio de rever as notas da Argentina era provável", afirmou
Pérez.
No exterior, os principais títulos
da dívida externa argentina apresentaram pequenas baixas. A
maioria caiu menos de 1%, mas o
Global, com vencimento em 2001,
desvalorizou cerca de 3,5%.
Com a notícia da Moody's, a
Bolsa de Buenos Aires, que operava em alta, também passou a cair.
No final do dia, fechou em baixa
de 0,44%, aos 472 pontos.
"A reação não foi exagerada,
pois no início de julho já havia sido anunciada a possível rebaixa
da nota do país, o que é muito
mais importante", disse Luciano
Rolón, analista de mercado da
corretora Allaria Ledesma.
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