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Revés no Oriente Médio faz óleo subir em NY
JOSÉLIA AGUIAR
DE LONDRES
O novo revés no processo de paz
do Oriente Médio fez o barril do
petróleo subir mais de 3% ontem
em Nova York. A crise na região
que responde por um terço da
produção mundial do óleo reacendeu o temor de que diminua a
oferta às vésperas da chegada do
inverno no Hemisfério Norte.
A preocupação com a alta dos
preços levou o secretário de Energia norte-americano, Bill Richardson, a viajar à Venezuela para reunir-se hoje com Alí Rodríguez, ministro da Energia venezuelano que preside a Opep, cartel
que reúne os principais produtores mundiais de petróleo.
O barril para novembro subiu
US$ 0,84 ontem, para fechar a
US$ 33,75 em Nova York. Em
Londres, o petróleo teve alta de
US$ 0,25 e encerrou o dia com
uma cotação de US$ 32,25.
Bill Richardson reafirmou que
os EUA querem que o barril recue
para um patamar entre US$ 22 e
US$ 25.
Na semana passada, o preço do
barril voltara a atingir seu nível
mais alto em dez anos por causa
da crise entre Israel e Autoridade
Palestina, que já provocou mais
de cem mortes. O acordo entre
seus dois líderes, Ehud Barak e
Iasser Arafat, trouxera alívio temporário ao mercado.
Mas o recomeço dos conflitos
voltou a pressionar os preços, que
já subiam a cada sinal de que os
consumidores dos EUA, maior
importador mundial, começam a
ampliar suas reservas de derivados como óleo para calefação para protegerem-se do inverno.
Encontro
O mercado teme que, com a
piora da crise no Oriente Médio, a
Arábia Saudita, maior produtor
mundial, interrompa sua produção em solidariedade aos palestinos. Ontem, o Kuwait, sexto
maior produtor que pertence à
Opep, disse que não estava nos interesses árabes cortar a oferta do
produto.
Richardson chega hoje à Venezuela para negociar com Rodríguez a menos de um mês da reunião da Opep em sua sede, em
Viena, para decidir a possibilidade de mais um aumento da oferta.
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