São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2000

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Revés no Oriente Médio faz óleo subir em NY

JOSÉLIA AGUIAR
DE LONDRES

O novo revés no processo de paz do Oriente Médio fez o barril do petróleo subir mais de 3% ontem em Nova York. A crise na região que responde por um terço da produção mundial do óleo reacendeu o temor de que diminua a oferta às vésperas da chegada do inverno no Hemisfério Norte.
A preocupação com a alta dos preços levou o secretário de Energia norte-americano, Bill Richardson, a viajar à Venezuela para reunir-se hoje com Alí Rodríguez, ministro da Energia venezuelano que preside a Opep, cartel que reúne os principais produtores mundiais de petróleo.
O barril para novembro subiu US$ 0,84 ontem, para fechar a US$ 33,75 em Nova York. Em Londres, o petróleo teve alta de US$ 0,25 e encerrou o dia com uma cotação de US$ 32,25.
Bill Richardson reafirmou que os EUA querem que o barril recue para um patamar entre US$ 22 e US$ 25.
Na semana passada, o preço do barril voltara a atingir seu nível mais alto em dez anos por causa da crise entre Israel e Autoridade Palestina, que já provocou mais de cem mortes. O acordo entre seus dois líderes, Ehud Barak e Iasser Arafat, trouxera alívio temporário ao mercado.
Mas o recomeço dos conflitos voltou a pressionar os preços, que já subiam a cada sinal de que os consumidores dos EUA, maior importador mundial, começam a ampliar suas reservas de derivados como óleo para calefação para protegerem-se do inverno.

Encontro
O mercado teme que, com a piora da crise no Oriente Médio, a Arábia Saudita, maior produtor mundial, interrompa sua produção em solidariedade aos palestinos. Ontem, o Kuwait, sexto maior produtor que pertence à Opep, disse que não estava nos interesses árabes cortar a oferta do produto.
Richardson chega hoje à Venezuela para negociar com Rodríguez a menos de um mês da reunião da Opep em sua sede, em Viena, para decidir a possibilidade de mais um aumento da oferta.


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