UOL


São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Itaú compra AGF e expande previdência

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Itaú Holding Financeira S.A. comprou as operações de previdência privada e administração de fundos de investimentos da AGF Brasil Seguros, por R$ 243 milhões.
"Essa aquisição se soma às do BBA, Banco Fiat, BEG, Banestado, Bemge e Banerj, que confirmam a firme disposição para a expansão e a efetiva participação do Banco Itaú Holding Financeira S.A. no processo de consolidação de um sistema financeiro, de capitalização, de seguros e de previdência forte e competitivo", disse o diretor de Relações com Investidores da Itaú Holding, Alfredo Setubal.
A AGF continua no mercado brasileiro no segmento de seguros de automóveis, riscos empresariais e saúde. A concretização da compra está condicionada à aprovação das autoridades competentes. A Itaú Holding informou que não há expectativa de alteração significativa de seus resultados nos próximos 12 meses.
Analistas afirmam que, embora a nova aquisição do Itaú não deva ter impacto nos resultados do banco, ela faz parte de uma estratégia para enfrentar a concorrência e de ter aumento de escala no mercado de previdência.
"São dois os objetivos: a estratégia de evitar que concorrentes sejam maiores que eles e ganhar escala", disse um executivo do setor.
Para outros analistas, apesar de a AGF ser muito pequena para a dimensão do Itaú, a idéia é a médio prazo deslanchar com uma eventual recuperação econômica.
"Esse é o mercado em que o Itaú é menos competitivo", diz o João Augusto Frota de Salles, economista da corretora Lopes Filho. "Mas o banco quer ter aumento de escala nesse mercado, em razão de sinais de que a economia entrará num círculo virtuoso de crescimento", acrescenta.
Até agora o banco não havia demonstrado interesse em expandir sua participação no ramo de vida e previdência, segundo Salles.
"O Itaú não queria crescer [nesse nicho] e tornar-se dos maiores desse mercado porque é um segmento em que não vale a pena investir maciçamente porque o retorno é incerto", diz Salles. "Quem tem dinheiro para poupar para o futuro neste país?"


Colaborou a Folha Online


Texto Anterior: Bancos: Bradesco faz captação de US$ 500 milhões
Próximo Texto: Mercado financeiro: Bovespa sobe 3,25% com estrangeiros
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.