São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

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Mantega já admite expansão abaixo de 4%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu ontem que o crescimento da economia poderá ser inferior a 4% neste ano. "A economia está aquecida e deverá continuar aquecida até o final do ano. Agora, eu não sei dizer se vai completar os 4% por causa daquele desaquecimento do primeiro semestre", afirmou.
Para o ministro, o crescimento será de 3,5% a 4%. "Estamos crescendo e passaremos para 2007 com uma trajetória de crescimento. [A expansão] Pode ser de 3,5% a 4% [em 2006]." Em suas últimas declarações, o ministro previa um expansão do PIB de 4% neste ano, apesar da desaceleração da economia no segundo trimestre.
Mais importante do que o percentual de crescimento neste ano, diz Mantega, é que "todos os sinais" mostram que a economia está aquecida e que manterá o ritmo em 2007. "Posso garantir que no segundo semestre o crescimento está mais elevado do que 4%", disse o ministro, que participou ontem de almoço com economistas e intelectuais tidos como desenvolvimentistas, no Rio.
Entre os indicadores que apontam tal expansão, o ministro citou o crescimento do emprego com carteira, a redução da inadimplência e o aumento da confiança do consumidor.
O PIB do terceiro trimestre ainda não foi divulgado pelo IBGE. No segundo trimestre, cresceu 0,5% na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre, quando a expansão havia sido maior (1,3%). No primeiro semestre de 2006, a economia cresceu 2,2% -menos do que em igual período de 2005 (3,4%).
Ainda sobre sua projeção inicial de crescimento de 4% de crescimento do PIB, Mantega disse que ela poderá eventualmente ser revista, "se for o caso", mas só após o conhecimento dos dados do 3º trimestre.
Mantega disse ainda que a tendência é "flexibilizar" mais a política monetária num eventual segundo governo do PT, com novas reduções da taxa básica de juros. Nesta semana, o BC cortou a taxa para 13,75% ao ano, no 11º corte seguido.


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